A União Europeia iniciou uma investigação sobre os incentivos públicos da China no setor de dispositivos médicos. A informação foi publicada no Diário Oficial europeu nesta quarta-feira (24), representando um movimento que pode arriscar ainda mais as tensões entre o bloco e Pequim.
Bruxelas citou temores de que a China esteja favorecendo fornecedores locais, e explicou as diversas formas em que isso pode acontecer, incluindo a política "Buy China".
A UE ainda teme que a China imponha restrições às importações e "condições que levam a ofertas baixas de modo anormal, que não podem ser sustentadas por empresas voltadas ao lucro", segundo a nota.
A investigação foi divulgada um dia depois que as autoridades alemãs informaram ter prendido um assistente de Maximilian Krah, membro do Parlamento Europeu do partido Alternativa para a Alemanha, por suspeita de espionagem à favor da China.
Se a investigação determinar um comportamento desleal, a UE pode limitar o acesso das empresas chinesas ao mercado de licitações do bloco. A investigação será concluída em até nove meses, ou poderá ser prorrogada pelo Poder Executivo da União Europeia por mais cinco meses.
O aviso diz que Pequim está "convidada a apresentar o próprio ponto de vista e a fornecer informações pertinentes".
O mercado chinês de dispositivos médicos é o segundo maior, depois do dos Estados Unidos, com um valor de US$ 145 bilhões.
A UE iniciou uma onda de investigações do tipo nos últimos meses, incluindo sobre subsídios para tecnologias verdes, como turbinas eólicas, painéis solares, carros elétricos e trens.
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