O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, reprovou nesta segunda-feira (24) a decisão da União Europeia de enviar à Ucrânia 1,4 bilhão de euros (R$ 8,2 bilhões) de lucros de ativos russos congelados pelo bloco. Os recursos devem ser disponibilizados na próxima semana.
A medida foi anunciada também nesta segunda pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, após uma reunião de chanceleres dos Estados-membros.
"Essa é uma clara linha vermelha. Nunca antes as regras comuns europeias foram violadas ou desconsideradas de maneira tão despudorada", disse o ministro húngaro.
A decisão será implementada apesar da posição da Hungria.
Segundo Borrell, a unanimidade não foi necessária porque a Hungria já se recusou a participar das decisões sobre essa questão.
"São justamente aqueles que pressionam mais pelos procedimentos do Estado de direito e que falam em riscos para os valores democráticos que violam as regras europeias", disse o chanceler da Hungria.
A decisão de usar os lucros dos ativos congelados para a defesa da Ucrânia foi tomada pelos países da UE em maio.
O governo de Viktor Orbán, porém, quer manter boas relações com a Rússia, e não fornece ajuda militar à Ucrânia.
Budapeste se prepara para assumir a presidência de turno do bloco e, segundo Szijjártó, busca alternativas legais para fazer valer sua recusa sobre a questão.
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