O encerramento das negociações da parte técnica do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul deve ser anunciado nesta sexta-feira (6).
A informação foi divulgada nesta quinta (5) por fontes próximas dos negociadores do Mercosul, à margem da cúpula do grupo formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - recentemente Venezuela e Bolívia foram integrados - em Montevidéu.
Segundo os relatos, durante a cúpula, UE e Mercosul não vão assinar "o texto do acordo", ou seja, "o instrumento jurídico", mas vão emitir "uma declaração conjunta confirmando a conclusão da parte técnica".
Além disso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também participará da reunião no Uruguai, anunciará um fundo de cooperação em questões ambientais em favor dos países do Mercosul.
Mais cedo, Von der Leyen já havia indicado que o acordo comercial entre os blocos está "próximo", após desembarcar.
"A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está próxima. Vamos trabalhar, vamos atravessá-la. Temos a oportunidade de criar um mercado de 700 milhões de pessoas, a maior parceria comercial e de investimentos que o mundo já viu. Ambas as regiões serão beneficiadas", escreveu ela no X.
O acordo comercial entre Mercosul e UE é negociado há 25 anos, e um texto chegou a ser anunciado em 2019, mas nunca foi ratificado. Em 2023, as discussões foram reabertas devido a novas exigências ambientais de Bruxelas que irritaram os países sul-americanos.
Embora conte com o apoio da Alemanha, principal economia europeia, o acordo enfrenta resistência dos governos de países como França e Polônia, pressionados por agricultores que temem a concorrência de produtos do Mercosul. Já a Itália se diz favorável ao tratado, mas pede mudanças no capítulo sobre agropecuária.
Itália afirma que acordo UE-Mercosul dependerá de proteções, dizem fontes
O governo italiano afirmou nesta quinta-feira (5) que a assinatura do acordo UE-Mercosul "só poderá ocorrer sob condição de proteção e compensação adequadas em caso de desequilíbrios no setor agrícola", de acordo com fontes do Palazzo Chigi.
Além disso, Roma "acredita que não existem condições para assinar o texto atual", embora tenha analisado que "o aprofundamento das relações com os países do Mercosul deve continuar a representar uma prioridade estratégica".
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