O poder Executivo da União Europeia disse nesta segunda-feira (9) que o acordo de livre comércio com o Mercosul leva em conta as demandas de agricultores, que representam a principal frente de resistência ao tratado.
"Trabalhamos nisso por anos, então estou muito feliz que tenha sido alcançado", afirmou a comissária de Meio Ambiente da UE, Jessika Roswall, da Suécia, ao chegar a uma reunião em Bruxelas do Conselho de Agricultura e Pesca do bloco.
"Escutamos os agricultores e levamos em conta o ponto de vista e as preocupações deles", garantiu.
A conclusão das negociações foi anunciada na sexta-feira passada (6), durante a cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai, com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que garantiu que o texto possui salvaguardas para os agricultores da UE.
A categoria teme a concorrência de produtos do Mercosul com preços mais competitivos e pressionou governos de países como França e Polônia a se colocar contra o acordo de livre comércio.
Para ser ratificado, o tratado precisará do aval do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia, órgão que reúne representantes dos governos dos 27 Estados-membros.
"A França se expressou de modo muito claro e decidido contra a conclusão do acordo, que terá um profundo impacto na produção nacional nos setores agropecuário, avícola e também na indústria açucareira", disse a ministra da Agricultura do país, Annie Genevard.
Ministro italiano se diz pronto para discutir UE-Mercosul
O ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, afirmou nesta segunda-feira (9) que está pronto para discutir com a União Europeia o acordo de livre comércio com o Mercosul.
"Sigo o ponto de vista de Von der Leyen que disse que mal pode esperar para se encontrar com os países da UE. Como sempre, estamos prontos para a discussão. O Mercosul, tal como todos os tratados, tem prós e contras: os contras devem ser contrabalançados por uma ação forte por parte da Europa para se garantir", afirmou.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA