A poesia de Yoko Ono, os reflexos brilhantes de Anish Kapoor, as provocações de Marina Abramovic e o "Terceiro Paraíso" de Michelangelo Pistoletto. Quanta arte pode caber em uma xícara de café?
É com uma grande exposição durante a Bienal de Arte de Veneza, que começa em 23 de abril, que a empresa italiana illycaffè celebra os 30 anos da illy Art Collection, projeto responsável por transformar um objeto do cotidiano em uma tela em branco para artistas de fama internacional, como Jeff Koons, Sebastião Salgado, William Kentridge e até estrelas do cinema e da música, como Alanis Morissette, Francis Ford Coppola e Pedro Almodóvar.
"Era 1991 quando Ernesto Illy escreveu um briefing de 51 páginas no qual descrevia a xícara perfeita", conta à ANSA a CEO da illycaffè, Cristina Scocchia. "Depois ele chamou Matteo Thun para realizar a primeira, aquela branca com o logo vermelho que todos conhecemos. Mas não quisemos parar por aí. Oferecemos a xícara aos maiores artistas contemporâneos como se fosse uma tela", acrescenta.
A mostra vai ficar em cartaz nos Jardins Reais de Veneza até 30 de junho e revela 114 coleções e 459 xícaras, que representam um dos maiores acervos da arte contemporânea, desde aquele primeiro exemplar desenhado por Matteo Thun. "Cada uma dessas criações conta uma história, uma aventura e uma criatividade diversas", diz Scocchia, que escolhe como preferida a linha feita por Marina Abramovic para a 50ª edição da regata Barcolana.
E a galeria se enriquece com uma nova edição da illy Art Collection criada por seis artistas de idades, estilos e origens diferentes, selecionados pela curadora Cecilia Alemani entre aqueles que vão expor suas obras na Bienal de Arte de 2022. São eles Aki Sasamoto, Alexandra Pirici, Cecilia Vicuña, Felipe Baeza, Giulia Cenci e Precious Okoyomon.
"É sempre um belo desafio encontrar o artista certo para um projeto específico. Além disso, esse é um projeto icônico que conta com colaborações com artistas importantes. Eu queria, no entanto, levar um pouco de poesia para as xícaras, por isso escolhi artistas com uma certa propensão, como Cecilia Vicuña e Precious Okoyomon, ou outros dotados de certa ironia, como Aki Sasamoto, que nos faz beber [o café] quase caindo em um vórtice. É sempre belo ver o que eles conseguem fazer mesmo em um tamanho tão pequeno", diz Alemani à ANSA.
A mostra também servirá de cenário para uma série de diálogos entre artistas, curadores e mecenas. "Nos últimos dois anos, que foram dificílimos, a Bienal demonstrou que sabe reagir. Já em 2020, conseguimos fazer a Mostra de Cinema, assim como a Bienal de Música, Teatro e Dança. No ano passado, foi a de Arquitetura. Esses feitos foram alcançados graças às pessoas que trabalham aqui e a quem nos apoia", comenta o presidente da Bienal de Veneza, Roberto Cicutto.
E a grande festa da illycaffè deve prosseguir. "Também queremos festejar os 30 anos das xícaras illy no Salão do Móvel [de Milão], onde celebraremos Matteo Thun e sua criação icônica e perfeita com um livro que reúne todas as 114 illy Art Collections dos últimos 30 anos", afirma Scocchia. (ANSA)
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