(ANSA) - Manter alimentos longe da exposição ao ar é essencial para garantir sua preservação, e isso não é diferente para os cafés.
Paradoxalmente, o oxigênio, gás essencial para a vida, é um grande inimigo da conservação: em contato com o ar, os alimentos iniciam um processo conhecido como oxidação, que acelera sua deterioração.
No caso do café, o produto, ao ser exposto ao ar, começa a ganhar dia após dia um gosto rançoso e desagradável. Esse fenômeno natural pode ser reduzido ou até mesmo eliminado pelas embalagens a vácuo - ao menos até que o pacote seja aberto -, mas os cafés ainda precisam driblar outro desafio.
"O problema do vácuo é que, em seu processo, retira-se, junto ao oxigênio, também os aromas que caracterizariam um produto. Isso é particularmente verdade no caso do café, um produto que ainda está 'vivo' ao sair do torrador", explica Frederico Canepa, diretor-geral da empresa italiana illycaffè no Brasil.
Segundo ele, o processo de torra aumenta a quantidade de aromas do café verde de cerca de 300 para aproximadamente mil. A marca usa um sistema de pressurização patenteado em 1934 e realizado assim que o café deixa o torrador e é preparado para suas variadas formas de consumo, como grãos, moído ou em cápsulas.
Aperfeiçoado ao longo dos últimos 88 anos, o procedimento prevê a retirada do oxigênio da embalagem e a subsequente injeção de nitrogênio, um gás inerte e com pressão positiva, o que ajuda a fixar no produto os óleos e aromas exalados após a torra.
"Desta maneira, além de preservar o café da oxidação e deterioração durante muito tempo - algumas embalagens têm prazo de validade de até três anos -, ainda se mantém e se melhora a qualidade do produto, assim como o vinho em barris, ao invés de empobrecê-lo através do vácuo", diz Canepa.
Após a abertura da embalagem, a recomendação é manter o produto em um ambiente com a menor incidência possível de oxigênio, como dentro da geladeira. (ANSA)
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