(ANSA) - A Igreja Ortodoxa Grega pediu a excomunhão dos deputados do Parlamento do país que apoiaram a aprovação de um projeto de lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Segundo publicação do jornal "The Guardian", divulgada nesta quinta-feira (7), os religiosos consideram uma decisão "demoníaca" tomada por "legisladores imorais" e apelam ao ostracismo dos parlamentares.
Além disso, as autoridades eclesiásticas de Corfu anunciaram que dois deputados locais seriam proibidos de participar de qualquer rito religioso.
Acusando os parlamentares de cometerem "o mais profundo erro espiritual e moral" ao apoiarem o projeto de lei no último dia 15 de fevereiro, o bispado da ilha exigiu o arrependimento de todos os deputados.
"Para nós, estes dois deputados não podem considerar-se membros ativos da Igreja", diz o comunicado. "Nós os exortamos a se arrependerem de sua impropriedade." Apoiada pelo primeiro-ministro de centro-direita, Kyriakos Mitsotakis, a legislação dá aos casais do mesmo sexo o direito de casar e adotar crianças e surge depois de décadas de campanha da comunidade LGBTQIA+ pela igualdade no casamento.
No entanto, o líder espiritual da Grécia, o arcebispo Ieronymos, propôs submeter a votação a um referendo popular em uma nação onde a igualdade no casamento é apoiada apenas por uma minoria e abertamente contestada pelos deputados do partido governante, que se abstiveram ou votaram contra.
Como parte da forte oposição à lei sobre o casamento gay, o Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Grega anunciou que a liturgia do dia 24 de março, o "Domingo da Ortodoxia", um dos mais dias importantes do calendário ortodoxo, não será realizada como é tradição na catedral da capital grega, mas em uma igreja menor para a qual a presidente da República, Katerina Sakellaropoulou, não será convidada, informou a mídia grega.
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