O papa Francisco voltou a cobrar nesta segunda-feira (10), em discurso para embaixadores no Vaticano, acesso universal a vacinas.
De acordo com o líder da Igreja Católica, é necessário um "empenho coletivo da comunidade internacional" para que "toda a população mundial possa ter acesso igualitário a tratamentos médicos essenciais e vacinas".
"Para vastas áreas do mundo, o acesso universal à assistência sanitária continua sendo uma miragem", disse Jorge Bergoglio.
Segundo Francisco, governos e o setor privado precisam mostrar "senso de responsabilidade" e elaborar "novos modelos de solidariedade para reforçar a capacidade dos países mais necessitados".
"É desejável que instituições como a Organização Mundial do Comércio [OMC] e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual [Ompi] adequem seus instrumentos jurídicos para que as regras monopolistas não constituam obstáculos à produção e a um acesso organizado e coerente a tratamentos em nível mundial", ressaltou.
Além disso, o Papa destacou que cada pessoa também deve fazer sua parte. "Todos temos a responsabilidade de cuidar de nós mesmos e de nossa saúde, o que se traduz em respeito pela saúde de quem nos está próximo. O cuidado com a saúde representa uma obrigação moral", disse.
Desde o início da pandemia de Covid-19, Francisco vem defendendo com insistência o acesso universal a vacinas, cuja distribuição ao longo do último ano evidenciou as disparidades econômicas no planeta.
Segundo o portal Our World in Data, enquanto 50% da população global já tomou ao menos uma dose de imunizantes contra o novo coronavírus, esse índice é de apenas 9,7% na África. Já na União Europeia, 70% das pessoas receberam pelo menos a primeira vacina. (ANSA)
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