O papa Francisco recebeu em audiência privada nesta segunda-feira (21) o presidente do Líbano, Michel Aoun, em encontro que durou 25 minutos, segundo informou o Vaticano.
A reunião ocorre a menos de dois meses das eleições legislativas no país, que atravessa uma profunda crise política, social e econômica e é sempre acompanhado de perto pelo chefe da Igreja Católica.
Oficialmente, não foram dados detalhes das conversas entre os líderes, mas Jorge Mario Bergoglio reforça constantemente sua preocupação com os libaneses e faz apelos para que os políticos se entendam para tirar o país das diversas crises que vive.
Após o encontro, houve a tradicional troca de presentes. Aoun deu para o Papa a cópia de um saltério (livro contendo os Salmos) produzido em 1600 e um recipiente com diversas variedades de mel produzidas nos jardins do Palácio Presidencial de Beirute.
Já o líder católico deu uma peça em bronze representando um ajo que abraça e aproxima os dois hemisférios do globo, vencendo um dragão, com a frase "um mundo de solidariedade e paz fundado na justiça". Como é constante, Francisco ainda deu diversos documentos formais de seu Pontificado, como o Documento da Fraternidade Humana, a Mensagem pelo Dia da Paz e o livro sobre a "Statio Orbis".
Além do chefe católico, Aoun também se reuniu com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o secretário para as Relações com os Estados, arcebispo Paul Richard Gallegher - que voltou recentemente voltou de uma viagem formal a Beirute.
Segundo fontes do governo libanês, Aoun reforçou o pedido para que o Pontífice faça uma viagem ao seu país no próximo ano.
A crise no Líbano se arrasta há anos e se agravou em agosto de 2020 quando houve uma grande explosão no porto de Beirute. O país chegou a ficar mais de um ano sem conseguir formar um governo interino após a renúncia de todo o Gabinete por conta da tragédia na capital, mas a situação continua grave.
Além de todos os problemas trazidos pela crise socioeconômica dos últimos anos, o país ainda vive em um sistema de sectarismo religioso na política para tentar manter a paz.
O Parlamento e os ministérios precisam ser divididos igualmente entre políticos cristãos e muçulmanos. Nos cargos principais, o presidente precisa ser um cristão maronita, o premiê um muçulmano sunita e o presidente do Parlamento um muçulmano xiita
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