O Vaticano instituiu um comitê para monitorar os investimentos da Santa Sé e garantir que esses aportes estejam em linha com a doutrina social da Igreja.
A medida é prevista pela nova Constituição Apostólica sobre a organização da Cúria Romana, a "Praedicate Evangelium" ("Preguem o Evangelho", em tradução literal), que entrou em vigor no último dia 5 de junho.
O Comitê de Investimentos será presidido pelo cardeal irlandês Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e seus membros terão mandato de cinco anos.
Os outros integrantes serão Jean Pierre Casey, fundador e CEO da fintech britânica RegHedge; Giovanni Christian Michael Gray, diretor da gestora de recursos alemã Union Investment; David Harris, administrador de portfólio na norueguesa Skagen Funds; e John J. Zona, diretor de investimentos da universidade americana Boston College.
A reforma da Cúria Romana era um dos principais objetivos do pontificado de Francisco e tinha como objetivo desburocratizar e aumentar a transparência da gestão dos recursos da Igreja, após os escândalos de lavagem de dinheiro que abalaram a imagem das instituições financeiras da Santa Sé.
Além disso, o novo comitê chega em meio ao julgamento no Vaticano sobre a compra de um edifício em Londres por 350 milhões de euros, operação que teria sido feita com recursos do Óbolo de São Pedro, sistema de arrecadação de donativos da Igreja Católica. Esse dinheiro é usado normalmente para ações de caridade.
A transação já provocou a renúncia do poderoso cardeal Angelo Becciu, um dos réus no processo, ao cargo de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e aos direitos do cardinalato. Na época da compra do prédio, Becciu era o "número 2" da Secretaria de Estado do Vaticano, principal dicastério da Cúria Romana e gestora do Óbolo de São Pedro. (ANSA)
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