O papa Francisco usou boa parte de seu discurso na audiência geral desta quarta-feira (15) para falar sobre os mais velhos e afirmou que as doenças "são um duro golpe" para a vida dos idosos.
Atualmente, o próprio líder católico de 85 anos vem enfrentando um tratamento intenso por conta de uma lesão nos ligamentos do joelho direito, que o fez necessitar de uma cadeira de rodas para deslocamentos - além de cancelar viagens e celebrações religiosas.
"A doença pesa no idoso de maneira diferente e nova em relação a quando se é jovem ou adulto. É como um duro golpe que se abate em um tempo que já é difícil. A doença do velho parece como se acelerasse a morte e também diminui o tempo que temos para viver - que já consideramos breve", disse aos fiéis.
Para Francisco, parece que se "insinua a dúvida de que não retomaremos, que essa será a última vez que fico doente... e assim essas ideias vêm". "Não consegue-se sonhar com a esperança de um futuro que parece já inexistente", acrescentou.
Jorge Mario Bergoglio ainda afirmou que na velhice "até uma simples febre pode ser perigosa" porque "os velhos não comandam mais o próprio corpo e é preciso aprender a escolher o que fazer e o que não fazer".
"O vigor físico é menor e te abandona, mesmo que o nosso coração não desiste de desejar. É preciso então aprendera a purificar o desejo: ter paciência, escolher o que pedir ao corpo, à vida. Como velhos não podemos mais fazer o que fazíamos como jovens. Todos nós temos limites - até eu estou precisando andar com uma bengala", pontuou.
No entanto, Francisco ressaltou que mesmo nesses momentos mais frágeis, "a vida é sempre preciosa, mesmo quando está terminando". "Uma sociedade é verdadeiramente acolhedora na relação com a vida quando reconhece que ela é preciosa também na velhice, na deficiência, na doença grave e quando está acabando", finalizou ainda.
O cuidado com os mais velhos vem sendo um tema recorrente nas homilias e nas celebrações de Francisco, que sempre cobra que tanto a sociedade, as famílias e as autoridades devem cuidar dos idosos e aprender constantemente com eles.
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