O papa Francisco confirmou neste domingo (17) a sua viagem ao Canadá, entre os dias 24 e 30 de julho, e falou em uma "peregrinação penitencial" focada particularmente no encontro com os povos indígenas.
"Estou para fazer uma peregrinação penitencial e espero que, com a graça de Deus, possa contribuir para o caminho de cura e reconciliação já percorrido", declarou o Pontífice durante a oração do Angelus sobre sua viagem ao Canadá, que começará "no próximo domingo, se Deus quiser".
Segundo Francisco, "infelizmente, no Canadá, muitos cristãos, incluindo alguns membros de institutos religiosos, contribuíram para as políticas de assimilação cultural que, no passado, atingiram gravemente, de várias formas, as comunidades nativas".
A viagem será realizada menos de um mês depois de o Papa ter adiado a visita à República Democrática do Congo e Sudão do Sul, devido aos problemas em seu joelho. Após várias semanas se movimentando com a ajuda de uma cadeira de rodas, o religioso começou recentemente a caminhar com o apoio de uma bengala.
"Caros irmãos e irmãs do Canadá, como sabem eu irei até vós, em nome de Jesus, sobretudo para me encontrar e abraçar as populações indígenas", enfatizou.
A programação do Papa no território canadense já foi divulgada pelo Vaticano e prevê encontros com várias comunidades indígenas e antigos alunos de internatos.
A viagem ocorre na esteira da descoberta de valas comuns com centenas de corpos não identificados em antigas escolas residenciais administradas pela Igreja Católica no Canadá, que eram destinadas à "educar" os nativos de acordo com os preceitos católicos, mas, para isso, retiravam crianças à força de suas comunidades e as obrigavam a abandonar seus costumes e sua língua.
Além disso, os alunos eram vítimas frequentes de abusos sexuais e físicos por parte dos professores. A Igreja Católica no Canadá pediu perdão em setembro de 2021, após ataques contra paróquias em protesto contra os crimes cometidos, mas Francisco se desculpou apenas em abril deste ano, depois de reuniões com indígenas no Vaticano.
Hoje, inclusive, Jorge Bergoglio recordou que, antes de sua viagem ao Canadá, "recebeu no Vaticano alguns grupos representantes dos povos indígenas aos quais expressei minha dor e minha solidariedade pelo mal que sofreram".
"Agradeço, desde já, por todo o trabalho de preparação e pelo acolhimento que me reserva. Obrigado a todos. Peço, por favor, que me acompanhem com a oração", concluiu. (ANSA)
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