O papa Francisco foi questionado sobre a crise política vivida na Itália, que terá eleições antecipadas em setembro, durante seu retorno do Canadá para o Vaticano neste sábado (30), e cobrou que os partidos e os líderes tenham "responsabilidade cívica" neste momento.
"Responsabilidade cívica, é isso. Antes de tudo, não quero me envolver na política italiana. Segundo, ninguém pode dizer que o presidente [do Conselho de Ministros, Mario] Draghi não era um homem de alta qualidade internacional. Foi presidente do BCE, tem uma boa carreira, digamos assim. Mas, depois, fiz uma pergunta para um dos meus colaboradores: 'mas, me diz, quantos governos a Itália teve nesse século?'. Ele me respondeu: '20'. Então, essa é a minha resposta", disse aos repórteres.
Draghi apresentou sua renúncia formal no dia 21 de julho após perder parte de sua base de apoio, os partidos Movimento 5 Estrelas (M5S), Força Itália (FI) e Liga, que se abstiveram de uma votação no Senado para confirmar o governo do então premiê. A votação ocorreu após o então primeiro-ministro ter apresentado um primeiro pedido, uma semana antes, por conta do M5S ter boicotado a votação de um projeto de ajuda à população e às empresas.
No mesmo dia, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, dissolveu o Parlamento e convocou as novas eleições para 25 de setembro - antecipando em cerca de seis meses o pleito agendado para o primeiro trimestre de 2023.
Sobre Mattarella, Francisco enviou o tradicional telegrama ao presidente italiano ao entrar no espaço aéreo do país.
"Na volta de minha viagem apostólica ao Canadá, enriquecida com o encontro com tantas pessoas e realidades locais, e especialmente das experiências vividas com o contato com as populações nativas, formulo de coração para você, senhor presidente, e pela querida nação italiana, desejos fervorosos de serenidade e prosperidade, garantindo a minha constante oração", escreveu o líder católico.
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