O enviado do papa Francisco para a Ucrânia, cardeal Konrad Krajewski, visitou nesta segunda-feira (19) a cidade de Izyum, localidade que ficou sob ocupação russa desde o início de abril e teve cerca de 440 corpos encontrados em uma fossa comum.
O religioso permaneceu "em silêncio e em oração" em uma das maiores valas comuns encontradas no país até agora, de acordo com declarações do bispo da diocese de Kharkiv-Zaporizhzhia, monsenhor Pavlo Honcharuk, que o acompanhou.
"Hoje fomos aos cemitérios em massa, em Izyum, onde os corpos foram exumados. Foi terrivelmente difícil. Quando a equipe estava cavando, quando nós vimos aqueles corpos, de qualquer jeito jogados nas fossas, um corpo sem pernas, o segundo com as pernas quebradas. Havia um fedor muito forte, realmente me afetou: um cheiro muito pesado. E há tantos desses túmulos", disse Honcharuk, afirmando que até o enviado do Papa "ficou muito impressionado".
Segundo o bispo, os dois caminharam e presenciaram tudo isso e "obviamente foi uma experiência profunda para ele". Além disso, eles também visitaram a delegacia, a partir da qual os russos criaram uma câmara de tortura.
"Entramos naquelas masmorras, nos lugares onde essas pessoas eram mantidas, condições terríveis, frias, úmidas, escuras, sujas, completamente desumanas. Vimos esse mal e todo esse crime sendo cometido. E ainda está acontecendo", acrescentou.
Krajewski está se reunindo com sacerdotes, religiosos e representantes de outras comunidades e igrejas.
"Sua chegada é um sinal da presença do Santo Padre. Esta é a sua missão. Hoje, quando passamos pelo posto de controle, lá também foram doados rosários. Dizemos: é do Vaticano, é nosso cardeal, é representante do Papa Francisco", declarou Honcharuk.
Amanhã o cardeal Krajewski deixará Kharkiv para Kiev, onde encerrará sua missão.
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