O papa Francisco se reuniu neste sábado (24), em Assis, com jovens de mais de 100 países para projetar uma nova economia mundial e fez um apelo para a transformação de "uma economia que mata para uma de vida", atenta aos mais pobres e à natureza.
O texto, divulgado no final do encontro "Economia de Francisco" 2022, que acontece desde a última quinta-feira na cidade italiana, propõe "uma economia de paz e não de guerra, uma economia que cuida da criação".
Francisco chegou a Assis a bordo de um helicóptero, que pousou a algumas centenas de metros do teatro Lyrivk, onde conversou com os jovens e assinou o documento.
Segundo relatos dos presentes, Jorge Bergoglio, em tom de brincadeira, pediu que todos fossem sempre ouvidos: "Se não tem nada a dizer, pelo menos faça barulho!", disse o Pontífice, rindo.
Na sequência, o Santo Padre apelou aos jovens para que transformem "uma economia que mata numa economia da vida".
"Nossa geração legou muitas riquezas a vocês, mas não conseguimos proteger o planeta e não estamos guardando a paz. Vocês são chamados a se tornarem artesãos e construtores da casa comum", acrescentou.
O argentino enfatizou ainda que "uma nova economia, inspirada por Francisco de Assis, hoje pode e deve ser uma economia amiga da terra e uma economia de paz". "Trata-se de transformar uma economia que mata em uma economia da vida, em todas as suas dimensões", reafirmou.
O Papa pediu também que o trabalho volte ao centro da economia. "Não se esqueça do trabalho, não se esqueça dos trabalhadores. O trabalho já é o desafio do nosso tempo e será ainda mais o desafio de amanhã".
Para ele, "sem trabalho digno e bem remunerado, os jovens não se tornam verdadeiramente adultos, as desigualdades aumentam".
"Às vezes você pode sobreviver sem trabalho, mas não se vive bem. Portanto, enquanto você cria bens e serviços, não se esqueça de criar empregos, bons empregos, empregos para todos", ressaltou.
Bergoglio voltou a falar do inverno demográfico na Itália e na Europa em geral e explicou que existe "a escravidão das mulheres", lembrando que tem "mulher que não pode ser mãe porque, assim que começa a sentir sua barriga, jogam ela 'fora' do trabalho".
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