(ANSA) - Um tribunal de Hong Kong autorizou nesta terça-feira (3) que o cardeal Joseph Zen, 90 anos, participe do funeral de Bento XVI no Vaticano. O religioso foi preso em maio do ano passado e precisou entregar o passaporte por supostamente ter violado a polêmica lei de segurança nacional da China.
Zen, um dos mais altos prelados da Igreja Católica na Ásia, foi denunciado por "colusão com forças estrangeiras", mas até hoje não houve a abertura de um processo formal contra ele - assim como acontece com outros opositores ao regime chinês acusados de violação da mesma legislação aprovada em junho de 2020.
A denúncia cita que a organização "612 Humanitarian Relief Fund", criada para ajudar e apoiar os manifestantes pró-democracia presos durante os protestos em massa de 2019 a quitarem as despesas dos processo legais e médicas, foi registrada "corretamente".
Ao lado de Zen, foram presos ainda a parlamentar opositora Margareth Ng, a cantora Denise Ho, o professor Hui Po-keung e os ex-deputados Cyd Ho e Sze Ching-wee.
Segundo a decisão judicial, o cardeal poderá ir para o Vaticano por cinco dias e o passaporte deve ser devolvido imediatamente para que o religioso possa viajar.
Horas antes do anúncio do tribunal, o cardeal Zen havia publicado um artigo em que destacava que Joseph Ratzinger era um "grande defensor da verdade" e ressaltou a importância do líder católico para a Igreja na China. Foi o próprio pontífice quem deu o título de cardeal para o religioso em 2006.
O velório público de Bento XVI começou na segunda-feira (2) e seguirá até a quinta-feira (5), quando o papa Francisco celebrará a missa final.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA