(ANSA) - O Tribunal Regional de Traunstein, na Alemanha, suspendeu provisoriamente uma ação contra o papa emérito Bento XVI, morto no dia 31 de dezembro, aos 95 anos de idade, por suspeita de acobertamento de um padre pedófilo.
A corte acatou uma solicitação do escritório de advocacia que defendia Joseph Ratzinger, que havia pedido a suspensão do procedimento até a designação de um sucessor legal para o pontífice emérito.
A denúncia foi apresentada por um homem vítima de abusos sexuais por parte do padre pedófilo Peter Hullerman, transferido para a Arquidiocese de Munique e Freising em 1980, durante a gestão de Ratzinger como arcebispo, após ter sido acusado de violentar um garoto de 11 anos.
Segundo a ação, Bento XVI tinha "conhecimento da situação e no mínimo não levou em consideração que esse sacerdote pudesse repetir seus crimes", que ocorreram quando o denunciante era menor de idade.
Em Munique, Hullerman manteve suas funções pastorais e continuou cometendo abusos contra crianças e adolescentes. Ele só seria condenado em 1986, porém com pena suspensa.
A denúncia chegou na esteira de um relatório que listou pelo menos 497 vítimas de violência sexual na Arquidiocese de Munique e Freising entre 1945 e 2019, englobando inclusive o período de Ratzinger como arcebispo (1977-1982).
O relatório independente aponta "comportamentos errôneos" de Bento XVI em pelo menos quatro casos, incluindo o de Hullerman, e diz que não foi possível identificar um eventual interesse seu pelas vítimas. (ANSA)
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