(ANSA) - O papa Francisco voltou a ser questionado sobre uma possível renúncia do cargo e afirmou que isso "não é uma moda" e que não pensa no tema, revelou o jornal "La Stampa" nesta quinta-feira (16). A fala ocorreu para um grupo de jesuítas durante a visita do líder católico ao Sudão do Sul.
"É verdade que eu escrevi a minha renúncia dois meses depois da eleição e entreguei essa carta ao cardeal [Tarcisio] Bertone. Não sei onde está essa carta. Eu fiz isso no caso de ter algum problema de saúde que me impeça de exercitar o meu ministério e de não estar plenamente consciente para renunciar. Mas isso não quer dizer que os papas demissionários devem se tornar, digamos assim, uma moda, uma coisa normal", disse aos presentes.
Segundo Francisco, seu antecessor, o papa Bento XVI, "teve a coragem de fazer isso porque não sentia que poderia seguir adiante por causa de sua saúde". Joseph Ratzinger foi o primeiro líder da Igreja Católica da história moderna a deixar a função ainda em vida.
"Eu, no momento, não tenho isso na agenda e acredito que o ministério do Papa é ad vitam [pela vida]".
Os rumores de uma possível renúncia aumentaram desde o ano passado por conta dos problemas de locomoção que o pontífice vem sofrendo. Ele tem uma lesão no joelho e não pode passar por uma cirurgia pelos riscos de uma nova aplicação de anestesia geral, que surgiram após uma operação no intestino grosso em 2021. Por isso, o líder católico usa uma cadeira de rodas no caso de locomoção por distâncias mais longas.
Ainda conforme o jornal, os jesuítas questionaram Jorge Mario Bergoglio sobre o "segredo de sua simplicidade" com todos e o Papa respondeu em meio a risadas: "Eu? Simples? Eu me sinto é muito complicado", afirmou.
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