(ANSA) - O governo chinês voltou a irritar o Vaticano ao nomear um novo bispo católico para Xangai, desrespeitando o acordo assinado entre as partes em 2018 e renovado em setembro do ano passado.
Shen Bin já era bispo em Haimen e foi indicado para outra diocese por meio de uma decisão unilateral de Pequim. Esse é o segundo caso de nomeação à revelia feita pelos chineses em menos de cinco meses.
Questionado por jornalistas nesta terça-feira (4), o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, revelou que a Igreja Católica "foi informada há poucos dias da decisão das autoridades chinesas de transferir o religioso" e que soube "pela mídia" da nomeação ocorrida ontem. "No momento, não tenho nada a declarar e aguardo a análise da Santa Sé sobre o mérito", acrescentou ainda.
A transferência foi feita por meio do Conselho de Bispos Chineses, órgão não reconhecido pelo Vaticano como oficial da igreja. A organização submete-se constantemente aos pedidos do Partido Comunista Chinês.
Com base no acordo firmado entre os dois lados - e com validade até 2024 - o governo de Pequim se comprometeu a não nomear unilateralmente bispos e arcebispos católicos no país, sendo essa uma decisão da Santa Sé. O Vaticano, por sua vez, toma a decisão em comum acordo com Pequim.
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