(ANSA) - O papa Francisco surpreendeu neste domingo (3) e apelou para os católicos chineses serem "bons cidadãos", no que parece ser mais uma tentativa de melhorar as relações entre o Vaticano e Pequim.
Acompanhado pelo cardeal John Tong Hon, bispo emérito de Hong Kong, e o cardeal designado Stephen Chow e atual bispo de Hong Kong, o Pontífice enviou uma "calorosa saudação ao nobre povo chinês" durante missa em Ulan Bator, em sua passagem pela Mongólia.
"Desejo a todo o povo o melhor, siga em frente, progrida sempre. E desejo que os católicos chineses sejam bons cristãos e bons cidadãos", declarou o argentino.
De mãos dadas com os dois bispos, o Papa reforçou o gesto de saudação ao povo chinês, acompanhado de uma salva de palmas dos cerca de 2 mil participantes reunidos na Arena Estepe, entre eles membros da comunidade católica na China.
O apelo é feito após Francisco enviar um telegrama de "boas felicitações" ao presidente da China, Xi Jinping, e ao povo chinês durante a passagem pelo espaço aéreo do país.
Em resposta, Pequim disse que desejava "reforçar a confiança mútua" com o Vaticano e que as palavras do Papa "refletiam amizade e boa vontade".
No entanto, o governo chinês proibiu bispos católicos de viajarem à Mongólia para acompanhar a visita de Francisco ao país, com exceção de prelados de Hong Kong e Macau, onde a Igreja atua com mais liberdade.
Em abril passado, a China incomodou o Vaticano ao nomear um bispo católica à revelia do Papa, violando um acordo bilateral assinado em 2018 e renovado no ano passado até 2024.
Os dois países romperam relações diplomáticas formais em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência da ilha de Taiwan, que ainda é vista por Pequim como uma "província rebelde".
Mais cedo, o religioso chegou a receber na prefeitura apostólica de Ulan Bator o embaixador argentino na China, Sabino Vaca Narvaja, segundo fontes locais.
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