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Assessor de Zelensky diz que Papa tem posição 'pró-Rússia'

Assessor de Zelensky diz que Papa tem posição 'pró-Rússia'

Declaração faz referência a discurso recente do pontífice

CIDADE DO VATICANO, 08 setembro 2023, 17:42

Redação ANSA

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Papa Francisco com bandeira da Ucrânia no Vaticano - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - O principal conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o papa Francisco não pode servir de mediador no conflito com a Rússia por ter assumido uma posição "pró-Moscou".

Essa é a declaração mais dura de um membro do governo Zelensky contra o Papa, que fez inúmeros apelos em defesa da Ucrânia e já condenou a brutalidade das tropas russas na guerra.

"Não tem sentido falar de um mediador chamado papa Francisco se este assume uma posição pró-Rússia que é evidente a todos", disse Mykhailo Podolyak, principal assessor de Zelensky, em entrevista a uma emissora ucraniana.

A declaração faz referência a um recente discurso no qual o pontífice falou a jovens russos que eles eram "herdeiros da grande mãe Rússia".

O pronunciamento provocou protestos de Kiev, que acusa Moscou de utilizar a suposta "necessidade de salvar a grande mãe Rússia" para justificar o "assassinato de milhares de homens e mulheres na Ucrânia".

O Papa, no entanto, afirmou na última segunda-feira (4) que sua fala tratava apenas do aspecto cultural, e não geopolítico, e que o objetivo era comunicar a importância de defender o patrimônio de um país em campos como literatura, música e artes plásticas.

"É uma coisa que eu digo em todo lugar, assim como quando convido ao diálogo entre avós e netos", explicou Francisco.

Contudo, as justificativas não foram suficientes para Kiev. "O Vaticano não pode ter papel de mediação porque isso enganaria a Ucrânia ou a justiça", afirmou Podolyak.

Além disso, o assessor afirmou que a Rússia está fazendo "investimentos" no Instituto para as Obras da Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano. "Precisamos analisar isso de modo um pouco mais detalhado", declarou. (ANSA)

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