(ANSA) - "A preocupação, que sinto como um chamado forte de Deus a toda a Igreja, a continuar vigilantes e lutar, com a força da oração, contra cada concessão à mundanidade espiritual." Assim o papa Francisco começa o texto "Santos, não mundanos. A graça de Deus nos salva da corrupção interior", que ele mesmo entrega nesta sexta-feira (6) aos participantes da assembleia sinodal em andamento no Vaticano.
"A luta pela qual combatemos como seguidores de Jesus, é sobretudo contra a mundanidade espiritual, que é um paganismo travestido com vestes eclesiásticas. Apesar de camuflado com aparência de sagrado, é um comportamento que acaba em idolatria, porque não reconhece a presença de Deus como Senhor e libertador da nossa vida e da história do mundo. Enquanto nos deixa à mercê dos nossos caprichos e nossas vontades", diz o pontífice.
"Essa luta tem um nome: se chama santidade. A santidade não é um estado de beatitude atingido uma vez para sempre, é incessante, incansável desejo de seguir pregados na cruz de Jesus, se deixando transformar pela lógica que vem do dom de si e da resistência ao inimigo que nos atrai, instilando-nos a convicção da nossa autossuficiência", prossegue o texto.
"Nos fará bem lembrar o que nos disse Jesus, 'Sem mim não podereis fazer nada'. Santidade é, portanto, seguir abertos ao 'mais' que Deus nos pede e que se manifesta na adesão à nossa vida cotidiana", alerta.
"Ofereço ao leitor estes textos como ocasião de reflexão sobre a própria vida e sobre a da Igreja, na convicção que Deus nos pede para estarmos abertos às Suas novidades, nos pede que sejamos inquietos, nunca acomodados, aterrados em falsas seguranças", conclui.
Em nota, Livraria Editora Vaticana explicou: "Aos participantes do Sínodo, é entregue em língua italiana, espanhola e inglesa. Esse texto reúne duas participações do papa Francisco publicadas em momentos diverentes: um artigo de 1991, intitulado 'Corrupção e Pecado', depois republicado em 2005 assinado pelo cardeal Jorge Mario Bergoglio, quando ainda era arcebispo de Buenos Aires; e depois a 'Carta aos Sacerdotes da Diocese de Roma', do último dia 5 de agosto".
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