(ANSA) - O presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e enviado do Vaticano para a guerra na Ucrânia, cardeal Matteo Zuppi, disse nesta quinta-feira (23) que o papa Francisco não coloca todas as partes do conflito entre Israel e Hamas "no mesmo plano".
"O Papa está atento, e vejam que isso não é colocar todos no mesmo plano. O dia 7 de outubro foi uma tragédia, ponto final. Foi uma tragédia. E por isso a atenção, a condenação", declarou o religioso.
No entanto, segundo Zuppi, Francisco apela incessantemente por um cessar-fogo porque "há um sofrimento terrível" da população de Gaza. "E, olhando para o futuro, me parece que ele pressiona por outra solução para que possamos realmente combater o terrorismo, eliminando tudo o que, de alguma maneira, paradoxalmente, poderia justificá-lo", acrescentou.
Para Zuppi, "esta é a posição do Papa, e não é que ele não entenda as motivações do governo israelense".
Desde o início do conflito, Francisco tem feito diversos apelos por um cessar-fogo e pela libertação de reféns. Ontem, inclusive, o líder da Igreja Católica afirmou que a guerra entre Israel e o Hamas deve ser tratada como "terrorismo", após se reunir com israelenses e palestinos e ouvir diretamente como "ambos os lados estão sofrendo".
Em resposta, a presidente da União das Comunidades Hebraicas Italianas, Noemi Di Segni, acusou Francisco de colocar Israel e Hamas "no mesmo plano". "O ponto de partida é o terror que busca o extermínio dos judeus no mundo inteiro, enquanto a guerra é necessária para a defesa de Israel e de sua população. Ela leva sofrimento às vítimas, mas deve ser associada a quem é o verdadeiro responsável", ressaltou. (ANSA)
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