(ANSA) - O presidente da Argentina, Javier Milei, convidou formalmente o papa Francisco para visitar o país para "trazer frutos de pacificação e fraternidade de todos os argentinos, ansiosos para superar divisões e enfrentamentos".
A carta foi divulgada nesta quinta-feira (11) pelo porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, durante coletiva de imprensa e enviada ao corpo diplomático do Vaticano.
Segundo Milei, a presença do Pontífice contribuirá para a unidade e dará "a força necessária para preservar a paz, trabalhar pela prosperidade e pelo engrandecimento do país".
"Você bem sabe que não precisa de convite para vir à sua querida Argentina. Correndo o risco de dizer o desnecessário, convido-os a visitar a nossa querida Pátria, de acordo com as datas e locais que nos forem indicados", diz o texto assinado pelo líder argentino.
Na mensagem, o ultraliberal destacou ainda que seu país vive uma fragilidade econômica e social e encontra-se em um "estado crítico" que precisa da adoção de "medidas urgentes para evitar uma catástrofe social com consequências dolorosas".
Milei explicou ao Papa que, "tendo em mente o seu conselho para ter a sabedoria e a coragem necessárias", propôs uma série de medidas governamentais destinadas a transformar a situação que a República Argentina sofre há anos, já em suas primeiras semanas no poder.
"Temos consciência de que estas decisões podem aprofundar as desigualdades, por isso a nossa principal prioridade é proteger os nossos compatriotas mais vulneráveis, agradecendo a colaboração da Igreja Católica, cuja ação no campo social é inestimável", acrescentou.
Por fim, o presidente da Argentina disse esperar que Jorge Bergoglio "possa viajar para alegria geral de todo o povo argentino" e enfatizou sua "elevada consideração e respeito pelo seu trabalho e pela sua pessoa".
Durante a campanha eleitoral na disputa pela Casa Rosada, Milei fez várias críticas contra Francisco e afirmou que ele tem "afinidade com comunistas assassinos", além de o chamar de "representante do maligno na terra".
Ao encerrar os comícios, sua equipe também havia sugerido "a suspensão das relações diplomáticas com o Vaticano enquanto na Igreja predominar um espírito totalitário".
Apesar disso, Milei chegou a moderar o discurso depois de ser eleito e garantiu que, caso o Papa fosse ao país, seria recebido normalmente como chefe de Estado.
Por sua vez, o líder da Igreja Católica contribuiu para o estreitamento das relações e telefonou para Milei após sua vitória nas eleições presidenciais de 19 de novembro de 2023.
Posteriormente, enviou um dos seus representantes para a cerimônia de posse, no dia 10 de dezembro. Ele não visita a Argentina desde sua eleição, há 10 anos.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA