(ANSA) - A China afirmou nesta quinta-feira (1º) que busca uma "melhoria contínua" nas suas relações com o Vaticano, depois que a Santa Sé anunciou a consagração do seu terceiro bispo chinês em uma semana.
"Pequim e o Vaticano mantiveram contatos nos últimos anos e o acordo provisório assinado pelas duas partes sobre a nomeação de bispos foi bem implementado", comentou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, durante coletiva de imprensa diária.
Segundo o chanceler, "a China está disposta a pressionar pela melhoria contínua das relações bilaterais com o Vaticano, no espírito de respeito mútuo e diálogo igualitário".
A declaração é dada um dia depois que o sacerdote Peter Wu Yishu, 59, foi consagrado o novo bispo de Shaow, na província chinesa de Fujian, após ter sido nomeado pelo papa Francisco em dezembro passado.
A consagração faz parte do Acordo provisório entre a China e o Vaticano, assinado em 2018. Esta foi a terceira nomeação de bispos com o aval da Santa Sé em uma semana. As outras duas ocorreram nas dioceses de Zhengzhu, na província central de Henan, e de Weifang, na província de Shandong.
Os dois países haviam rompido as relações diplomáticas formais em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência da ilha de Taiwan, que ainda é vista por Pequim como uma "província rebelde".
Durante décadas, católicos chineses viveram divididos entre uma conferência de bispos escolhida pelo Partido Comunista e um braço da Igreja Apostólica Romana que atuava na clandestinidade.
Em abril passado, inclusive, a China incomodou a Santa Sé ao nomear um bispo católico à revelia do Papa, violando o acordo bilateral que foi renovado no ano passado até 2024. Os termos exatos do pacto permanecem em sigilo, mas sabe-se que ele permitiu ao Vaticano recuperar papel ativo na nomeação de bispos chineses.
Esta sequência de consagrações demonstra um período de apaziguamento diplomático após meses de relações conturbadas entre as partes.
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