O papa Francisco fez um apelo nesta quarta-feira (5), ao receber, antes da audiência geral, os participantes do seminário "Enfrentando a crise da dívida no Sul Global", promovido pela Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.
O pontífice falou em "uma nova arquitetura financeira internacional ousada e criativa" que, na perspectiva do Jubileu de 2025, levará a uma moratória sobre a dívida externa dos países mais pobres.
Para Jorge Bergoglio, não é boa "qualquer forma de financiamento", mas somente aquelas que implicam "um compartilhamento de responsabilidade" entre aqueles que recebem e aqueles que concedem ajuda.
"O benefício que eles podem trazer depende das condições dos empréstimos, de como eles são usados e do contexto em que são resolvidas quaisquer crises econômicas e financeiras que possam ocorrer", explicou.
Francisco insistiu: "depois de uma globalização mal administrada, pandemias e guerras, estamos agora diante de uma crise de dívida que afeta principalmente os países do Sul Global, gerando miséria e angústia, privando milhões de pessoas da possibilidade de um futuro digno".
"Como nenhum governo pode aceitar moralmente que seu próprio povo sofra privações incompatíveis com a dignidade humana", o Papa considera necessária "a criação de um mecanismo multinacional, baseado na solidariedade e na harmonia entre os povos, que leve em conta o significado global do problema e suas implicações econômicas, financeiras e sociais" para romper o círculo vicioso de financiamento que se torna dívida.
Francisco lembrou que o perdão da dívida no ano do Jubileu era uma tradição do povo judeu, e pediu que o Jubileu de 2025 abra mentes e corações "para desatar os nós desses laços que sufocam o presente, sem esquecer que somos apenas guardiões e administradores".
Em resumo, o papa Francisco fez um novo convite para sonhar e agir juntos na construção responsável da casa comum, sabendo que "ninguém pode habitá-la com a consciência tranquila quando sabe" que está cercado por multidões de irmãos e irmãs famintos, imersos na exclusão social e na vulnerabilidade: Permitir que isso aconteça é um pecado humano, e mesmo que não se tenha fé, é um pecado social".
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