O papa Francisco apelou nesta quarta-feira (26) por um pacto global para travar a produção e o tráfico de drogas, criticando a legalização de entorpecentes e classificando os traficantes como "assassinos".
"Tendo conhecido muitas histórias trágicas de toxicodependentes e das suas famílias, estou convencido de que é moralmente necessário pôr fim à produção e ao tráfico destas substâncias perigosas", declarou ele, durante sua audiência semanal no Vaticano.
Por ocasião do "Dia Mundial contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas", instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987 e celebrado hoje, o argentino afirmou que "esta praga, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a sociedade".
"A redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns, ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada o consumo será maior", advertiu.
Perante milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro, Jorge Bergoglio perguntou "quantos traficantes de morte existem, porque os traficantes de drogas são traficantes de morte, movidos pela lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo".
Segundo o religioso, "não podemos ignorar as más intenções e ações dos distribuidores e traficantes de drogas", porque eles "são assassinos".
"Também nós somos chamados a agir, a parar diante de situações de fragilidade e de dor, a saber escutar o grito da solidão e da angústia, a inclinar-nos para levantar e trazer de volta à vida aqueles que caem na escravidão da droga. E rezemos por aqueles criminosos que dão as drogas aos jovens: são criminosos, são assassinos! Rezemos pela sua conversão", ressaltou.
Além disso, enfatizou que "a produção e o tráfico de drogas também têm um impacto destrutivo na nossa casa comum" e observou como isso é cada vez mais evidente na bacia amazônica".
Para ele, "outra forma prioritária de combater o abuso e o tráfico de drogas é a da prevenção, que se faz promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida pessoal e comunitária, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança para o futuro".
"Queridos irmãos e irmãs, perante a trágica - é trágica - situação da toxicodependência de milhões de pessoas em todo o mundo, perante o escândalo da produção e do tráfico ilícito destas drogas, não podemos ficar indiferentes", apelou.
Por fim, pediu para os traficantes de drogas refletirem "sobre o mal que estão causando a uma multidão de jovens e adultos de todas as camadas sociais". "Deus lhes pedirá conta sobre o que fizeram. A dignidade humana não pode ser pisoteada desta forma", concluiu.
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