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Papa recebe italiano inocentado após ficar 33 anos preso

Papa recebe italiano inocentado após ficar 33 anos preso

Ex-agricultor cumpria pena perpétua por chacina que não cometeu

VATICANO, 23 de agosto de 2024, 12:24

Redação ANSA

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Papa recebeu o livro do ex-agricultor © ANSA/Foto Divulgação

Papa recebeu o livro do ex-agricultor © ANSA/Foto Divulgação

O papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (23), em audiência privada, na Biblioteca do Palácio Apostólico, o ex-agricultor italiano Beniamino Zuncheddu, absolvido em janeiro passado após ter permanecido 33 anos preso pelo massacre de Sinnai em 1991.
    A informação foi divulgada pelo Vatican News, que destaca que Zuncheddu foi detido aos 26 anos e hoje tem 60, mas não divulga mais detalhes sobre o encontro.
    De acordo com a publicação, o ex-agricultor escreveu um livro com o seu advogado, intitulado "Eu sou inocente", no qual relata a trágica experiência que viveu por tanto tempo. Ele esteve em três prisões diferentes, às vezes compartilhando com 11 pessoas uma pequena cela, com grandes dificuldades até mesmo para se lavar e dormir.
    Zuncheddu destaca que esta foi "uma experiência desumana, mas durante a qual pôde ajudar quem estava em pior situação do que a sua".
    O ex-agricultor relata ainda que encontrou forças para resistir, confiando em Deus e pensando na família. Além disso, garante que perdoou quem o havia indicado como o autor dos múltiplos homicídios, retratando depois suas acusações.
    O ataque nas montanhas de Sinnai, em Cagliari, aconteceu em janeiro de 1991. Na ocasião, um homem desceu de uma scooter e iniciou os disparos contra vários agricultores, tendo matado três pessoas e deixado um ferido. O ataque teria acontecido em função de uma rixa entre duas famílias.
    Luigi Pinna, marido da filha de uma das vítimas, acusou Zuncheddu de ter sido o autor da chacina. Antes de afirmar que o ex-agricultor foi o responsável pelo ataque, a testemunha havia dito que não tinha reconhecido o agressor, já que ele usava uma meia para cobrir o rosto.
    A defesa do réu sempre acreditou que Pinna havia sido influenciado durante a investigação preliminar por um policial chamado Mario Uda. Essa versão foi confirmada recentemente pela própria testemunha.
   

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