(ANSA) - Após cinco dias de tensão na região da cidadela Inca de Machu Picchu, no Peru, devido aos protestos da população local contra a decisão do governo local de privatizar a venda de ingressos ao parque, a ministra da Cultura, Leslie Urteaga, anunciou um acordo, pedindo o fim das mobilizações.
Segundo a emissora "Rádio Programas del Perù" (RPP), a ministra peruana disse ter encontrado uma solução acordada em conjunto com o governador de Cusco e os prefeitos de Ollantaytambo, Urubamba e Machu Picchu.
A medida prevê que os ingressos para a cidadela inca sejam vendidos em uma plataforma administrada pelo governo regional e pela presidência do conselho de ministros.
Urteaga especificou que o contrato com a empresa privada será concluído e que a gestão da venda de bilhetes será pública.
Os líderes dos protestos já haviam anunciado uma trégua de 24 horas para estabelecer um diálogo com o governo peruano, a fim de encontrar uma solução para o conflito.
Nos últimos dias, as mobilizações bloquearam os trilhos da ferrovia que liga Machu Picchu a Ollantaytambo e a companhia Ferrocaril Transandino S.A precisou suspender a circulação dos trens. A polícia local teve que intervir e usar cassetetes e gás lacrimogêneo para dispersar os militantes.
O turismo na região está paralisado há dias e as autoridades evacuaram centenas de turistas retidos no último fim de semana. Moradores e trabalhadores locais são contrários ao fato de que a empresa Joinnus assumiu a comercialização dos ingressos do local.
Ontem, o Itamaraty orientou que brasileiros evitem ir a Machu Picchu, por causa da série de protestos e da greve no território peruano, lembrando que "está bloqueado o transporte ferroviário para a cidade de Aguas Calientes (também conhecida como Machu Picchu Pueblo), principal forma de acesso ao Santuário Histórico de Machu Picchu" e que "não há, no momento, previsão de restauração do serviço de transporte ferroviário".
Além disso, pediu aos seus cidadãos que estão em Águas Calientes para evitarem deslocamentos desnecessários e entrar em contato com a Iperú, entidade do governo peruano que é responsável pela assistência ao turista e está coordenando a evacuação das pessoas do local.
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