O estado de São Paulo, lar de mais de 13 milhões de ítalo-descendentes, é um celeiro de oportunidades para o chamado turismo de raízes, que busca atrair visitantes da Itália para conhecer a herança deixada pelos 150 anos de imigração no Brasil.
A avaliação é de Toni Sando, presidente do Visite São Paulo Convention Bureau, fundação sem fins lucrativos mantida pelo setor de turismo e eventos no estado mais rico e populoso do país e que conta com mais de 600 associados.
"Há um mercado potencial enorme de turismo de raízes, então criamos um debate com italianos, libaneses e japoneses para fazer com que os ascendentes conheçam seus descendentes. Nossa perspectiva para o ano que vem é fortalecer essa pauta, e a Itália é o primeiro destino em que a gente quer investir", diz Sando em entrevista à ANSA.
O objetivo, de acordo com ele, é "valorizar quem veio e construiu esse estado", oferecendo destinos que contem a história da presença italiana em São Paulo, sobretudo no interior, que é "preciosíssimo, desde as rotas de vinhos e frutas até as belezas naturais, como a Mata Atlântica".
"O desafio é divulgar tudo isso para atender a vários públicos. Colocar o produto na prateleira é fácil, mas queremos entender um pouco mais onde está esse mercado", diz Sando.
Para isso, o Visite São Paulo fez uma parceria técnica com a Fatec e chamará o Museu da Imigração para mapear as colônias italianas no estado e dar mais consistência ao projeto do turismo de raízes, que foi apresentado no início de dezembro durante a 8ª edição do Expo Fórum, evento anual voltado a profissionais do setor.
Em 2024, a fundação também participou de roadshows em Roma e Gênova, em parceria com o governo estadual e a prefeitura paulistana, e a ideia é repetir a iniciativa no primeiro semestre de 2025, em colaboração com a Embaixada do Brasil na capital italiana.
"Quando formos para a Itália, levaremos algo mais consistente", explica Sando. Para ele, o Brasil pode aproveitar as críticas ao turismo de massa na Europa para aumentar sua atratividade no mercado internacional. "Somos um país pacífico, que abraça os visitantes e tem potencial para recebê-los. Talvez seja uma grande oportunidade para o italiano sair da Europa de férias e explorar um pouco mais a história de sua família", conclui.
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