(ANSA) - A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi eleita uma das 10 personalidades mais influentes no mundo para a ciência pela revista Nature, uma das principais publicações científicas internacionais.
A seleção, divulgada nesta quinta-feira (14), explora os principais desenvolvimentos da ciência no ano passado e alguns dos indivíduos - cinco mulheres e cinco homens - que ajudaram a fazer descobertas surpreendentes e a chamar a atenção para questões cruciais.
A publicação define Marina como "protetora da Amazônia", principalmente por ter ajudado "a conter o desmatamento desenfreado e a reconstruir instituições que foram enfraquecidas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Em um ano que trouxe más notícias ambientais implacáveis, com aquecimento global recorde, ondas de calor escaldantes e incêndios, Marina Silva transmitiu uma mensagem de esperança", diz o texto.
A Nature destacou a queda de 43% do desmatamento da Amazônia com base em imagens de satélite entre janeiro e julho de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022, e a redução de 22% do desmatamento do mesmo bioma registrada entre agosto de 2022 e julho de 2023 ante os anos anteriores".
"Esta foi uma mudança acentuada em relação aos quatro anos anteriores, que registraram um aumento acentuado neste tipo de alertas", acrescentou.
Além disso, a revista afirmou que a "reviravolta nas proteções ambientais no Brasil começou em 1º de janeiro", quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo de presidente, e classificou como "uma conquista importante" o lançamento, em 5 de junho, de uma versão renovada do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDA), que o governo Bolsonaro havia extinguido.
Em entrevista à revista, a ministra afirmou que o governo Lula tem "a dura missão de reconstruir o que estava desmantelado e, ao mesmo tempo, criar novos resultados para a política ambiental".
"Se os países não reduzirem as suas emissões de CO² provenientes dos combustíveis fósseis, as florestas correm o risco de serem destruídas devido às alterações climáticas, da mesma forma. Portanto, precisamos de uma mudança civilizacional, uma mudança nos nossos modos de vida", declarou ela.
Além da ministra brasileira, a lista reconhece a engenheira indiana Kalpana Kalahasti, por sua contribuição para o sucesso da Chandrayaan-3; o biólogo da Universidade de Osaka, no Japão, Katsuhiko Hayashi, por produzir óvulos de camundongos a partir de células masculinas; a física norte-americana Annie Kritcher, pelos avanços no campo da fusão nuclear; a política e antropóloga cultural grega Eleni Myrivili, por ser a primeira pessoa a ocupar o cargo de Diretora de Aquecimento das Nações Unidas (ONU).
Nascido na antiga União Soviética, Ilya Sutskever também entrou na lista pela contribuição fundamental que deu no desenvolvimento do CHATGPT, sistemas de Inteligência Artificial (IA) conversacional.
Completam a seleção: o físico James Hamlin, por encontrar erros e inconsistências no resultado de um estudo sobre supercondutividade; o diretor da Unidade de Investigação Clínica de Nanoro, em Burkina Faso, Halidou Tinto, pela produção de uma vacina contra a malária; a bioquímica nascida na Iugoslávia Sventlana Mojsov, pelos estudos sobre o hormônio GLP-1, um inibidor de apetite responsável pela eficácia de medicamentos para perder peso; e o pesquisador de câncer no Hospital St Bartholomew, em Londres, Thomas Powles, por seus estudos sobre o tratamento de câncer na bexiga em estágio avançado.
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