O mês de abril de 2024 foi o mais quente para o período na história da humanidade, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), sistema de observação da Terra da União Europeia.
Segundo relatório publicado pelo organismo, abril passado registrou uma temperatura média de 15,03ºC, 0,14ºC acima do recorde anterior, de 2016, e 0,67ºC maior que a média do período entre 1991 e 2020.
Além disso, o índice foi 1,58ºC maior que a temperatura média de abril entre 1850 e 1900, a chamada era pré-industrial, que serve de referência para metas contra o aquecimento global.
Ainda de acordo com o C3S, trata-se do 11º mês consecutivo de recorde mensal de calor, reforçando as projeções daqueles que acreditam que 2024 pode superar 2023 como ano mais quente na história.
Nos últimos 12 meses, a temperatura média global foi 1,61ºC acima da era pré-industrial, superando a marca de 1,5ºC, meta mais ambiciosa do Acordo de Paris para o fim deste século.
No entanto, são necessários pelo menos 20 anos acima desse patamar para sacramentar que o objetivo foi descumprido.
Se essa tendência se mantiver, a humanidade deve conviver nas próximas décadas com aumento constante do nível do mar, ameaçando áreas costeiras, com ondas de calor mais frequentes e um crescente número de fenômenos extremos, incluindo furacões, secas e inundações, como aquelas que atingem o Rio Grande do Sul.
O aquecimento global é causado pelas emissões de gases do efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2) e metano, que continuam aumentando, apesar dos alertas de cientistas de que elas precisam iniciar imediatamente uma trajetória de queda para garantir o cumprimento da meta de 1,5ºC até o fim do século.
"Enquanto as variações de temperaturas ligadas aos ciclos naturais, como El Niño, vêm e vão, a energia suplementar acumulada nos oceanos e na atmosfera pela concentração crescente de gases do efeito estufa continuará a empurrar as temperaturas globais a novos recordes", alertou Carlo Buontempo, diretor do C3S. (ANSA)
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