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Área queimada no Brasil cresce 149% em agosto

Área queimada no Brasil cresce 149% em agosto

Acumulado do ano registra alta de 116%, segundo MapBiomas

SÃO PAULO, 12 de setembro de 2024, 17:38

Por Lucas Rizzi

ANSACheck
Combate a incêndio florestal nos arredores de Brasília © ANSA/AFP

Combate a incêndio florestal nos arredores de Brasília © ANSA/AFP

A área queimada no Brasil em agosto de 2024 cresceu 149% em relação ao mesmo período do ano passado e atingiu 5,65 milhões de hectares, em meio a um cenário apocalíptico que cobriu mais da metade do país com fumaça de incêndios e aumentou os questionamentos contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área ambiental.
    Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Monitor do Fogo, levantamento realizado mensalmente pelo MapBiomas. Segundo a entidade, a área queimada no Brasil em agosto equivale ao estado da Paraíba inteiro. Além disso, o mês passado responde por 49% do território atingido por incêndios no país em 2024, no pior agosto desde o início da série histórica, em 2019.
    Dos 5,65 milhões de hectares queimados no período, 24% se referem a pastagens, enquanto 65% da extensão afetada pelas chamas contemplam vegetação nativa. O Cerrado foi o bioma com a maior área queimada em agosto de 2024, com 2,4 milhões de hectares, ou 43% do total. "Agosto trouxe um cenário alarmante para o Cerrado, com um aumento expressivo da área queimada, a maior nos últimos seis anos", disse Vera Arruda, pesquisadora no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora técnica do Monitor do Fogo.
    Com 2 milhões de hectares queimados, a Amazônia vem em seguida. "A combinação de atividades humanas e condições climáticas desfavoráveis, como a seca, está intensificando a ocorrência de incêndios, especialmente em áreas de pastagem e vegetação nativa", afirmou Ane Alencar, diretora de ciências do Ipam e coordenadora do MapBiomas Fogo.
    Apenas São Paulo, estado que registrou uma onda de incêndios em plantações em agosto, teve um aumento de 2.510% na área queimada em relação à média para o mês nos últimos seis anos, com 370 mil hectares.
    "Grande parte dos incêndios observados em São Paulo teve início em áreas agrícolas, principalmente nas plantações de cana-de-açúcar, que foram as áreas mais afetadas do estado", comentou Natália Crusco, coordenadora técnica da equipe da Mata Atlântica do MapBiomas.   

Acumulado do ano

Desde janeiro de 2024, a área queimada no Brasil totaliza 11,39 milhões de hectares, crescimento de 116% na comparação com igual período do ano passado. Desse total, 70% correspondem a vegetações nativas.
    Os três estados que mais queimaram nos oito primeiros meses deste ano ficam na Amazônia - Mato Grosso (21%), Roraima (17%) e Pará (14%) -, bioma que concentrou 48% de toda a área incendiada no Brasil no período: 5,4 milhões de hectares.
    Já o Pantanal bateu recorde de queimadas entre janeiro e agosto, com 1,22 milhão de hectares atingidos pelo fogo. "A atenção para a alta incidência de incêndios permanece, visto que setembro é historicamente o mês que mais queima no bioma, que passa por um período de seca extrema", alertou Eduardo Rosa, do MapBiomas.

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