O governo da Itália afirmou nesta quinta-feira (4) que vai pedir aos dois grupos interessados na compra da ITA Airways, substituta da Alitalia, que apresentem novas propostas.
A declaração chega em meio aos temores de que as eleições antecipadas de 25 de setembro e o subsequente processo de formação de um novo governo paralisem a venda da companhia aérea.
"Nenhuma das duas propostas recebidas é plenamente coerente com o que foi pedido. Portanto, nos próximos dias, será solicitado a eles que formulem novas propostas, pedindo que respondam em um prazo curtíssimo", afirmou o ministro da Economia da Itália, Daniele Franco, em uma coletiva de imprensa do governo em Roma.
Os candidatos a comprar a ITA são um consórcio formado pela empresa aérea alemã Lufthansa e pelo grupo suíço de navegação MSC e a gestora americana de private equity Certares, acionista da Azul.
Na última terça-feira (2), a deputada ultranacionalista Giorgia Meloni, líder nas pesquisas para as eleições de setembro, cobrou que o premiê Mario Draghi desmentisse publicamente a suposta intenção de acelerar a venda da ITA e deu a entender que pode bloquear o processo caso chegue ao poder.
"Tudo vai mudar em 25 de setembro, e o novo governo é quem vai pensar no relançamento da nossa companhia aérea de bandeira. É preciso avaliar com atenção a presença do Estado na companhia e a participação acionária de outros parceiros", disse Meloni.
Já nesta quinta, Draghi rebateu que "vai até o fim" para decidir o destino da ITA. "Não é minha intenção deixar a questão para o próximo governo", acrescentou.
Além disso, o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, escreveu uma carta ao premiê italiano e pediu celeridade. "Nossa paciência não é infinita", afirmou.
O objetivo do governo, acionista único da ITA, é manter uma participação minoritária na companhia aérea, criada para superar de forma definitiva a crônica crise na extinta Alitalia, que deixou de operar em outubro de 2021.
A Lufthansa chegou a negociar a compra da Alitalia, mas sempre impôs como condição uma profunda reestruturação na companhia aérea, o que só aconteceu com o surgimento da ITA.
A nova empresa nasceu com cerca de 8 mil funcionários a menos e uma frota mais enxuta, além de não ter relação com os passivos deixados por sua antecessora. (ANSA)
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