Pesquisadores de Singapura conseguiram rejuvenescer oócitos - as células reprodutivas femininas - idosos ao implantá-los em folículos ovarianos mais jovens, resultado obtido em camundongos, mas que pode abrir novas perspectivas de avanços para combater a infertilidade em mulheres.
Conduzido por Rong Li, diretora do Instituto de Mecanobiologia da Universidade Nacional singapurense, o estudo foi publicado na revista Nature Aging.
Pesquisas anteriores haviam mostrado que, à medida que as mamíferas envelhecem, elas produzem menos óvulos e com qualidade cada vez menor.
O folículo ovariano é uma estrutura que faz parte do ovário e que contém em sua parede interna um oócito destinado a amadurecer. Essas células reprodutivas, durante a fase ovulatória, são liberadas nas trompas de falópio para ser fertilizadas pelos espermatozoides.
Neste novo estudo, os pesquisadores removeram óvulos dos folículos de camundongos jovens, substituíram-nos por oócitos de exemplares mais velhos e os deixaram amadurecer.
Em seguida, testaram a qualidade dos óvulos resultantes e dos eventuais filhotes, descobrindo um rejuvenescimento do oócito ao ser implantado em um folículo mais jovem, inclusive com redução de anomalias cromossômicas e uma melhora das funções das mitocôndrias, as centrais de energia das células, e da expressão genética.
À medida que o metabolismo dos oócitos melhora, as chances de gravidez também aumentam.
Os filhotes produzidos a partir de óvulos rejuvenescidos eram mais saudáveis do que aqueles nascidos de ratos de controle mais velhos, embora não fossem tão saudáveis quanto as crias resultantes de óvulos jovens de camundongos igualmente jovens. A equipe também descobriu que, ao reverter o procedimento, colocando oócitos jovens em folículos mais velhos, as células reprodutivas apresentavam sinais de envelhecimento.
No futuro, esses experimentos podem abrir novas estratégias para combater problemas de fertilidade, segundo os pesquisadores.
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