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Iñárritu pede proteção a Fellini em dia de 'Bardo' em Veneza

Iñárritu pede proteção a Fellini em dia de 'Bardo' em Veneza

VENEZA, 01 setembro 2022, 20:10

Redação ANSA

ANSACheck

Griselda Siciliani, Iker Sanchez Solano, Filmmaker Alejandro Gonzalez Iãarritu, Daniel Gimenez Cacho e Ximena Lamadrid em Veneza - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Na segunda noite da 79ª edição do Festival de Cinema de Veneza, o diretor mexicano Alejandro Gonzalez Iñárritu pediu "proteção" ao cineasta italiano Federico Fellini (1920-1993) durante a exibição de seu filme concorrente ao Leão de Ouro nesta quinta-feira (1º).

"Bardo, Falsa Crónica de Unas Cuantas Verdades" é uma comédia épica da Netflix, estrelada por Daniel Giménez Cacho. O longo narra a história de um jornalista e documentarista mexicano bem-sucedido que decide trabalhar nos Estados Unidos, na tentativa de garantir mais liberdade na carreira, em uma das obras mais autobiográficas de Iñarritu até agora.

"Fellini é um santo padroeiro, como [Luis] Buñuel, Roy Anderson, [Alejandro] Jodorowsky", disse o diretor de 59 anos, nascido na Cidade do México.

"Não há cineasta que não tenha sido infectado por Fellini, assim como nenhum músico pode prescindir de Mozart ou Bach", acrescentou.

De acordo com Iñárritu , o cinema feito pelo autor de "La Dolce Vita" e de muitos outros clássicos do cinema mundial, "é o meio mais semelhante aos sonhos". "Espero que o santo Fellini tenha me protegido desta vez também", ressaltou.

O diretor de filmes aclamados como "Amores Brutos" (2000), "Birdman" (2014) ou "O Regresso" (2015) chegou ao tapete vermelho de Veneza acompanhado de sua esposa María Eladia Hagerman e enquanto era possível ouvir a trilha sonora de seu último filme.

"Bardo" é a obra mais pessoal do cineasta e, entre outras experiências, reflete a sensação de ausência vivida pelas pessoas que saem de seu país, algo que lhe aconteceu em 2001 quando decidiu deixar o México e se mudar com a família para Los Angeles.

"Na verdade, tem um pouco de verdade falsa e falsidade verdadeira", resumiu o diretor, questionado até que ponto o filme é autobiográfico e citando Fellini como inspiração.

"Estou às vésperas dos 60 anos, sou levado a refletir, estou pronto para aceitar, desde 2012 sou ajudado por um monge vietnamita em meditação e isso deu origem para algo libertador para mim", explicou.

Segundo o mexicano, 1º de setembro é uma data importante para ele já que no mesmo dia em 2001 deixou o México com sua família e foi morar em Los Angeles, por um ano, mas nunca mais voltou.

"Essa ausência corre em mim todos os dias, o México se tornou um estado de espírito e as histórias que conto no Bardo interpretam essa ausência", admitiu Iñárritu.

A estreia do filme do mexicano em Veneza atraiu celebridades italianas e internacionais, como a modelo brasileira Alessandra Ambrósio e a atriz Cate Blanchett, protagonista do filme "Tár", que também foi exibido hoje.

O longa de Todd Field narra a história de Lydia Tár, uma das maiores regentes do mundo, que foi a primeira a comandar uma das grandes orquestras da Alemanha e precisou enfrentar o machismo.

Tanto "Bardo, Falsa Crónica de Unas Cuantas Verdades" quanto "Tár" fazem parte da seleção de 23 filmes que disputam o Leão de Ouro, cujo vencedor será anunciado no próximo dia 10 de setembro. (ANSA)

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