(ANSA) - A escritora italiana Michela Murgia morreu nesta quinta-feira (10), aos 51 anos, após uma longa batalha contra o câncer, informaram amigos à ANSA.
Em maio passado, ela revelou em entrevista ao jornal italiano "Corriere della Sera" que sofria de um câncer renal em estágio avançado, com metástases nos pulmões, ossos e cérebro. Na ocasião, inclusive, Murgia afirmou que não tinha medo da morte, mas esperaria falecer somente quando a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, deixasse o cargo, porque seu governo é fascista.
Após tornar pública sua luta contra a doença, a escritora e dramaturga narrou seus momentos privados nas redes sociais e manteve seu ativismo por direitos.
Nascida em Cabras em 1972, Murgia ficou famosa com o lançamento em 2006 do livro "Il mondo deve sapere" ("O mundo deve saber", em tradução livre), romance tragicómico sobre o mundo dos call centers que inspirou a peça homônima e o filme "Tutta la vita davanti" ("Toda a vida pela frente", em português), em 2008.
Na sequência, ela publicou "Viaggio in Sardegna", "Accabadora", que faturou os prêmios Super Mondello e Campiello, e "Ave Mary", uma reflexão sobre o papel da mulher no contexto católico.
Entre seus sucessos literários também estão "L'ho uccisa perché l'amavo. Falso!" ("Eu a matei porque a amava. Falso!"), um pequeno ensaio sobre feminicídio, e "Futuro interior", "O inferno é uma boa memória", "Instruções para se tornar fascistas" e "Somos uma tempestade".
"God Save the Queer. Catechismo femminista" e "Tre ciotole. Rituali per un anno di crisi" foram os últimos livros lançados e entraram imediatamente no topo das vendas na Itália.
No último dia 11 de junho, Murgia anunciou sua aposentadoria da atividade pública e, no mês passado, se casou com o ator e diretor Lorenzo Terenzi.
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