(ANSA) - O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado inaugurou nesta quarta-feira (28) sua mostra “Amazônia”, em Trieste, na Itália.
A exposição imortaliza a riqueza e a variedade da floresta amazônica, além do modo de vida das populações locais.
“Espero que a minha reportagem não constitua um relato histórico de um mundo desaparecido, mas que sirva para atrair a atenção de todos para proteger esse espaço”, disse o fotojornalista.
Para ele, esse imenso patrimônio natural “pode ser perdido, mas também pode ser conservado, depende de todos nós”: “Devemos entrar em acordo, todos juntos, para proteger essas florestas”.
“São justamente elas que fornecem a madeira a todos nós com o desmatamento, depois o solo desmatado vira cultivo de soja para engordar os porcos que vocês vão comer na Itália, por exemplo”, lembrou.
“Mas a Amazônia é um espaço importantíssimo, é o maior espaço do mundo a fornecer umidade, e correntes de ar de que precisamos para sobreviver, é o maior receptáculo de biodiversidade e o maior reservatório de água doce do planeta. Então, depende de todos nós atrair a atenção e conservar esses espaços”, acrescentou.
São mais de 200 fotos, com o característico preto e branco, dos imensos panoramas amazônicos, e dos povos yanomami, kuikuro e waurá, em atividades cotidianas ou posando.
A curadoria é da mulher de Sebastião, Lélia Salgado, e o percurso expositivo contará com canções originais de Jean-Michel Jarre.
O grande brasileiro viajou pela Amazônia por sete anos, conviveu com 12 etnias indígenas, e fez de suas fotos uma mensagem global para mostrar a potência da natureza, mas também sua fragilidade, e lançar um alerta à raça humana sobre os perigos da destruição desse ecossistema.
A mostra, espalhada por 2 mil metros quadrados, tem no centro três ocas, reconstruindo o ambiente indígena. “Amazônia” já passou por Milão e Roma, além de Estados Unidos e outros países.
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