Uma pesquisa realizada na Itália que durou quase uma década apontou que Michelangelo (1475-1564) pintou um raro quadro em que retrata o "Juízo Final".
De acordo com Amel Olivares, especialista em arte renascentista, a pintura a óleo, batizada como "O Juízo Final de Genebra", é o único exemplar da utilização desta técnica pelo gênio italiano, que supostamente aprendeu com o pintor veneziano Sebastiano dal Piombo (1485-1547).
Os especialistas que participaram do estudo revelaram que Michelangelo presentou Alessandro Allori (1535-1607) com a obra.
O artista florentino, por sua vez, teria usado o quadro como modelo para criar um retábulo na Basílica Santissima Annunziata, em Florença.
A pintura, que foi feita sobre uma tela de linho muito fino, apresenta algumas peculiaridades, entre as quais se destaca a figura de Jesus Cristo como um juiz e "ousadamente" sem barba, exatamente como no afresco original da Capela Sistina, a criação de personagens incompletos ou apenas esboçados, a técnica de movimentação nas figuras representadas e a inclusão de anjos sem asas.
Os pesquisadores ainda detectaram um possível autorretrato de Michelangelo presente na obra, mas ele aparece com um rosto mais jovem que o conhecido.
Ao longo da história, o quadro mudou de dono diversas vezes ao longo dos séculos e foi restaurado em 2015 por Antonio Casciani. Apesar de tudo isso, a pintura está em excelente estado de conservação e tem sido alvo de inúmeras pesquisas, análises científicas e estudos estilísticos.
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