(ANSA) - O acordo entre a União Europeia e o Mercosul tem chances de ser assinado neste ano, de acordo com o diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos.
O pacto comercial está na agenda do encontro desta segunda-feira (12) entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o mandatário Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.
"Eu acho que até o fim do ano é possível sim, porque os interesses são muito grandes. A Europa tem interesse em ter uma alternativa à Ásia em algumas áreas. A Europa também está interessada em termos geopolíticos nesse acordo", declarou Barbosa em entrevista à ANSA.
Ele lembrou que Lula tem se comprometido a impulsionar a assinatura no segundo semestre de 2023, quando o Brasil será presidente pro tempore do Mercosul e a Espanha assumirá o comando da UE.
Porém Barbosa descartou a "possibilidade" de o pacto ser sacramentado em julho, em Bruxelas, durante a conferência entre a UE e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). "Eu acho que essa data está muito em cima", acrescentou.
Ele lembrou que o Ministério das Relações Exteriores brasileiro tem expressado algumas reservas em relação a um protocolo adicional, ou "side letter", sobre compromissos ambientais e fiscalização proposto pela UE.
"Esse protocolo que a UE encaminhou levou três anos para ser enviado ao Brasil. Foi encaminhado na última semana de abril de 2023. Esse documento foi feito com base na política ambiental do governo do ex-presidente Bolsonaro. Havia uma desconfiança muito grande com as políticas de Bolsonaro. Com Lula, a política mudou totalmente", explicou o diplomata. (ANSA)
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