(ANSA) - O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (2) a primeira redução da taxa básica de juros desde o início de agosto de 2020, com um corte de 0,5 ponto percentual.
Apesar de ter dividido os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom), a decisão faz a Selic passar de 13,75% para 13,25%.
Ao todo, a redução de 0,5 ponto da taxa recebeu aval do presidente do BC, Roberto Campos Neto, além dos diretores Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso.
Já Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes votaram por uma queda de 0,25 ponto percentual.
Em nota, o Comitê informa que "a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária".
"Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% a.a", acrescenta.
De acordo com o Copom, a "decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025".
A nota explica ainda que, "sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego".
A redução é confirmada em meio à pressão e críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros do governo petista sobre a então taxa de 13,75%.
Hoje, inclusive, Lula se reuniu com correspondentes internacionais e voltou a atacar Campos Neto, classificando como "um rapaz" que "não está entendendo de Brasil" nem "de povo". Segundo o petista, "o Brasil tem hoje a maior taxa de juros do mundo".
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