Com uma trajetória marcada pela polêmica sobre sua sexualidade, a boxeadora argelina Imane Khelif conquistou nesta sexta-feira (9) a medalha de ouro no boxe feminino das Olimpíadas de Paris, na França.
Na decisão da categoria até 66kg, que é o peso meio-médio, a africana dominou a chinesa Liu Yang e foi declarada campeã olímpica por pontos, de forma unânime, ao confirmar 30 pontos contra 27 da oponente.
A pugilista de 25 anos, protagonista involuntária de uma das maiores polêmicas dos Jogos de 2024 devido ao seu hiperandrogenismo, somou o segundo ouro da Argélia na capital francesa.
O caso que girou em torno da argelina começou após o sorteio que colocou a italiana Angela Carini e Khelif frente a frente nas oitavas de final. Diversos ministros do governo italiano criticaram a luta e colocaram em dúvida o fato de a argelina ser mulher.
O vice-premiê e ministro da Infraestrutura, Matteo Salvini, chegou a chamar Khelif de "homem", enquanto a própria Meloni disse que o combate não se daria entre "iguais". Carini acabou desistindo da luta em menos de um minuto, após ter levado um soco no nariz.
No entanto, o episódio desencadeou uma onda de ataques a Khelif por parte da extrema direita global, inclusive com o endosso do bilionário Elon Musk e da escritora J.K. Rowling, autora de "Harry Potter".
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