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G20: Lula defende pilar social e jornada de trabalho equilibrada

G20: Lula defende pilar social e jornada de trabalho equilibrada

Presidente fez discurso no encerramento do G20 Social

SÃO PAULO, 16 de novembro de 2024, 19:18

Redação ANSA

ANSACheck
Presidente discursou no fim do G20 Social © ANSA/EPA

Presidente discursou no fim do G20 Social © ANSA/EPA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado (16), Rio de Janeiro, da cerimônia de encerramento da Cúpula do G20 Social, evento que antecede o encontro entre os chefes de Estado, entre os próximos dias 18 e 19 de novembro.
    Esta foi a primeira vez que houve a participação de grupos da sociedade civil nos debates do principal fórum de cooperação econômica internacional.
    Em seu discurso, o petista destacou que "este é um momento histórico", porque "ao longo deste ano, o grupo ganhou um terceiro pilar, que se somou aos pilares político e financeiro: o pilar social".
    "Aqui tomam forma a expressão e a vontade coletiva, motivadas pela busca de um mundo mais democrático, justo e diverso", destacou Lula, lembrando que dialogou pessoalmente com os representantes de cada grupo de engajamento do G20.
    O presidente reforçou que o objetivo do G20 Social era que a sociedade civil "assumisse o papel de reforçar para que as coisas aconteçam de verdade para o povo", e disse que "a economia e a política internacional não são monopólio de especialistas e de burocratas".
    Lula não chegou a citar diretamente o fim da escala 6x1, proposta sobre a redução da jornada de trabalho que tem mobilizado a Câmara dos Deputados, mas cobrou discussões sobre "jornadas de trabalho mais equilibradas".
    "Governos precisam romper com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas. O G20 precisa discutir uma série de medidas para discutir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas. Para que o extremismo não gere retrocessos e ameace direitos", acrescentou.
    Além disso, alertou que os líderes precisam "se comprometer com a paz, para que rivalidades geopolíticas e conflitos não nos desviem do caminho do desenvolvimento sustentável", e lembrou da necessidade de que governos e entidades internacionais destinem recursos para o combate à fome, em vez de disponibilizar para guerras.
    "São 733 milhões de pessoas que vão dormir toda noite sem ter o que comer. O mundo gastou no último ano US$ 2,4 trilhões em armamento e não gastou quase nada para dar comida para as pessoas", criticou.
    Na avaliação do presidente, os membros do G20 também têm a responsabilidade de fazer a diferença para muitas pessoas e a participação das organizações e movimentos sociais foram fundamentais para a presidência brasileira do grupo.
    "A mobilização permanente de vocês será fundamental para impulsionar os trabalhos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e avançar na tributação dos super-ricos; para garantir o cumprimento das metas de triplicar o uso de energias renováveis e antecipar a neutralidade de emissões; e para levar adiante nosso Chamado à Ação pela Reforma da Governança Global, assegurando instituições multilaterais mais representativas", concluiu.
    Declaração final 

A Declaração do G20 Social, que será entregue aos líderes do G20 em sua Cúpula na segunda-feira (18) e na terça-feira (19), pede que todos se engajarem por uma transformação efetivamente possível e duradoura.
    O texto enfatiza três pilares centrais: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; enfrentamento das mudanças do clima e transição justa; e reforma da governança global.
    Construído com a contribuição de grupos historicamente marginalizados, como mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência, trabalhadores da economia formal e informal, comunidades tradicionais e pessoas em situação de rua, o texto traz a demanda de mais participação desses segmentos nos processos de governança mundial.
    Os movimentos pedem uma reforma urgente para que instituições como a ONU e outros organismos multilaterais reflitam a realidade contemporânea.
    Já sobre as mudanças climáticas, os movimentos sociais exigem compromissos concretos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger ecossistemas essenciais, como as florestas tropicais.
   

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