(ANSA) - Um protesto contra o aumento no preço dos aluguéis na Itália iniciado por Ilaria Lamera, uma estudante do Politécnico de Milão, chegou a Roma nesta terça-feira (9).
Uma série de tendas foi montada em frente à reitoria da Universidade La Sapienza para pedir que as autoridades decidam "enfrentar de uma vez por todas a emergência de moradias para estudantes".
"Em Roma há 40 mil estudantes fora da cidade, o preço médio de um quarto não sai abaixo de 500 euros, claramente há um problema", argumentam os jovens da Sinistra Universitaria, associação que organizou o protesto.
Os dados confirmam que "procurar uma casa em Roma hoje se tornou um negócio, os apartamentos disponíveis custam em média 500 euros e há 40 mil alunos fora da sala de aula, um terço de toda a população universitária", acrescentam os alunos.
De acordo com o coordenador da Sinistra Universitaria, Leone Piva, "a situação tornou-se agora insustentável" e "ter uma casa em Roma para um estudante é um privilégio que poucos podem pagar, e quem tem mais dificuldades é obrigado a trabalhar em condições extremamente precárias para manter o custo de um aluguel".
"As ferramentas que a região disponibiliza através da contribuição habitacional e bolsas continuam a ser soluções temporárias e escassas, e o dinheiro investido em residências estudantis ainda é escasso", reforçam.
Os estudantes pedem mais investimentos, e as principais reivindicações são duas: colocar um teto nas rendas e aumentar as vagas disponíveis nas residências, "embora na realidade os jovens gostariam de uma mudança geral na atitude das instituições".
A expectativa é de que os alunos fiquem nas tendas, "por tempo indeterminado, até ter um diálogo com a reitora Antonella Polimeni e com a região".
Ontem (8), o Ministério da Universidade e da Pesquisa da Itália decretou a criação de um grupo de especialistas para estudar o preço médio que os estudantes pagam pelas residências para "dar respostas em tempos breves".
A ministra Anna Maria Bernini anunciou que a equipe deverá estudar o tema para "garantir o direito ao estudo" e analisar o custo médio pago por um quarto, tendo em conta o preço de mercado de cada região, o tipo de imóvel e o nível de serviços oferecidos.
A iniciativa, prevista no Plano Nacional de Retomada e Resiliência, pretende "formular propostas úteis" e uma possível "redução de 15% com base no custo final" para cada local.
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