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Manifestações anti-Maduro são realizadas em todo mundo

Manifestações anti-Maduro são realizadas em todo mundo

Líder da oposição convocou protestos em 380 cidades

CARACAS, 17 de agosto de 2024, 15:57

Patrizia Antonini

ANSACheck
Líder da oposição convocou protestos em 380 cidades © ANSA/AFP

Líder da oposição convocou protestos em 380 cidades © ANSA/AFP

As manifestações na Austrália deram início aos protestos. De Perth a Auckland e de Sydney a Melbourne, as fotos publicadas nas redes sociais da oposição venezuelana testemunharam as vozes que se levantaram a nível global contra o governo de Nicolás Maduro, "pelo respeito da vontade popular expressa com voto em de Julho e pelo regresso à democracia".
    "Hoje vamos fazer história. Saímos às ruas da Venezuela e do mundo para que o regime entenda que não há como voltar atrás. O país será livre", declarou a líder Maria Corina Machado, força motriz junto ao candidato presidencial Edmundo González Urrutia do "Grande Protesto pela Verdade", a manifestação convocada em 380 cidades dos cinco continentes, incluindo cerca de 10 praças italianas, incluindo Roma, para relançar a vitória eleitoral.
    Uma iniciativa precedida pela nova detenção de uma importante figura política da oposição, provando que, apesar da pressão internacional, o domínio da repressão no país sul-americano não está terminando.
    O ex-deputado Piero Maroun, secretário da Ação Democrática (AD), foi levado enquanto jantava com sua esposa, tornando-se assim o terceiro ex-parlamentar a acabar nas prisões chavistas, junto com Williams Davila, também da AD, levado às pressas para o hospital após seis dias de prisão, e Freddy Superlano, líder do Voluntad Popular (partido de Leopold Lopez), submetido a tortura nas masmorras de Elicoide.
    Para demonstrar a sua legitimidade popular, o Partido Socialista Unido da Venezuela respondeu a Machado com a "Grande Marcha Nacional pela Paz", organizada às pressas em cerca de uma centena de cidades da Venezuela.
    Um teste de força que se tornou ainda mais necessário, depois que chegou de a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter aprovado por unanimidade um projeto de resolução que exige do governo de Caracas "respeito aos direitos humanos, vontade soberana do eleitorado e a verificação imparcial dos resultados que garanta transparência, credibilidade e legitimidade do processo eleitoral".
    Uma proposta apresentada pelos Estados Unidos com o apoio de outros países, incluindo Argentina, Canadá, Chile e Equador, também aceita por Brasil e Colômbia após duas horas de negociações. Um sinal político importante, visto que Brasília e Bogotá, mais do que qualquer outra nação, nas últimas semanas, buscaram o diálogo com Maduro.
    Apesar do clima de medo e de caça às bruxas contra a oposição, que já conta com mais de duas mil detenções, 25 mortes e numerosos desaparecimentos nos 20 dias seguintes às eleições, mesmo em Caracas, o povo respondeu ao apelo de Machado e González.
    Já horas antes do início da marcha, os manifestantes - entre eles muitas famílias com crianças - concentraram-se na Avenida Francisco de Miranda, zona leste da cidade, carregando balões coloridos, faixas e bandeiras.
    "Somos protagonistas da liberdade e da democracia do nosso país. Os resultados são o que são: Edmundo González Urrutia é o presidente eleito da Venezuela", diz uma placa.
   

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