O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (30) que não reconhece a vitória de Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela, cujo resultado foi contestado pela oposição, e voltou a cobrar transparência na divulgação das atas eleitorais.
A declaração foi dada em entrevista ao programa de rádio de João Pessoa, na Paraíba, onde realiza uma visita oficial.
"Não aceito nem a vitória dele nem a da oposição. Eu acho que tem um negócio, a oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas você não tem prova. Então, nós estamos exigindo a prova.
Obviamente que ele tem o direito de não gostar porque eu falei que era importante que convocassem novas eleições", afirmou Lula.
Comentando a crise no país vizinho, o petista disse ainda que não tem "relação ideológica" com chefes de Estado e explicou que não era responsabilidade da Suprema Corte da Venezuela dar o parecer sobre as atas de votação.
Por fim, enfatizou que já "ajudou muito" a nação liderada por Maduro, mas que ele terá que assumir as consequências de seus atos. "Ele arque com as consequências do gesto dele. E eu arco com as consequências do meu gesto. Eu tenho consciência política de que eu tentei ajudar muito, mas muito e muito", concluiu o presidente.
Lula critica Ortega após expulsão de embaixador
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira (30) seu homólogo da Nicarágua, Daniel Ortega, após seu regime expulsar o embaixador brasileiro no país, Breno de Souza da Costa.
"Esse comportamento eu não aceito", acrescentou ele, em entrevista a um programa de rádio de João Pessoa, na Paraíba.
Lula contou que recentemente o diplomata brasileiro não participou de um evento sobre a Revolução Sandinista, no dia 19 de julho, e Ortega decidiu retirar o diplomata do país.
Segundo ele, o Brasil é muito grande e não quer conflito com ninguém.
Por fim, o petista lembrou que o papa Francisco pediu para ele conversar com Ortega, sobre a libertação de um bispo que estava preso, mas o líder da Nicarágua "inventou 500 mil desculpas" para não atendê-lo. "Então, eu parei de ligar", concluiu.
Lula declara que Galípolo terá autonomia no BC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a independência do Banco Central (BC), mas garantiu que Gabriel Galípolo, seu indicado para assumir à presidência do órgão, será "independente".
Em entrevista a um programa de rádio de João Pessoa, na Paraíba, Lula também argumentou que não faz sentido ele ter controle sobre a indicação, como era em seus outros mandatos.
"Eu sinceramente acho que o presidente tem o direito de indicar e tirar se não gostar. E se ele [Galípolo] fizer uma coisa muito errada, o que eu faço? Não sei quem criou a ideia que é intocável, é um ser superior a tudo", questionou.
No entanto, o petista fez diversos elogios a Galípolo, a quem chamou de "extremamente competente" e disse que entenderá se ele defender o aumento da taxa de juros, desde que a decisão seja fundamentada.
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