Subiu para 12 o número de mortos no Líbano em função das explosões em milhares de pagers de membros do grupo xiita Hezbollah, que atribuiu o ataque coordenado a Israel.
"Após checar com os hospitais, 12 pessoas morreram, incluindo duas crianças [um menino e uma menina]", disse o ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad. A lista de vítimas também contempla quatro operadores sanitários de hospitais privados que tinham os dispositivos.
Cerca de 2,8 mil pessoas ficaram feridas no país, enquanto sete membros do Hezbollah faleceram em Damasco, capital da Síria, segundo a imprensa local. Além disso, de acordo com a emissora saudita Al Hadath, cerca de 500 militantes do grupo xiita ficaram cegos pelas explosões.
O Hezbollah, aliado do grupo fundamentalista islâmico Hamas e apoiado pelo Irã, prometeu um "duro acerto de contas" contra Israel e "continuar com as abençoadas operações" em prol dos palestinos da Faixa de Gaza. Está previsto um discurso do líder da organização xiita, Hassan Nasrallah, para a tarde de quinta-feira (19).
Já o o representante do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, acusou Israel de realizar um "ataque cibernético terrorista", enquanto o Ministério das Relações Exteriores de Teerã pediu uma "punição internacional" contra o país judeu.
O ataque aos pagers - meio de comunicação preferido do Hezbollah pela dificuldade para interceptar mensagens - elevou os temores de uma escalada da tensão no Oriente Médio, palco de uma guerra de quase um ano entre Israel e Hamas.
"Ainda que os ataques pareçam mirados, eles tiveram danos colaterais pesados e indiscriminados entre civis, incluindo crianças entre as vítimas. Não posso não condenar esses ataques, que colocam em risco a segurança e estabilidade do Líbano", afirmou o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell.
Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, negou que o país tivesse conhecimento ou envolvimento na ação e voltou a defender um cessar-fogo em Gaza como melhor forma de garantir a estabilidade da região.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, também se pronunciou e disse que "todos devem fazer sua parte" para alcançar uma trégua no Oriente Médio.
Israel não comentou oficialmente o ataque cibernético, mas, segundo uma reportagem do jornal americano The New York Times, agentes de inteligência do país instalaram explosivos em pagers vendidos ao Hezbollah, que teriam sido acionados por meio de uma mensagem específica.
O portal Axios acrescentou que Israel teria decidido detonar os dispositivos para evitar que a operação secreta fosse descoberta pelo grupo xiita.
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