Após a definição de que o Brasil terá um segundo turno nas eleições presidenciais de 2022, as campanhas já começam a se movimentar em busca de mais apoio político entre aqueles que ficaram de fora da disputa do dia 30 de outubro.
Líder no primeiro turno com 48,43% - com 99,99% das urnas apuradas -, o petista Luiz Inácio Lula da Silva se movimenta para conseguir o apoio do MDB, de Simone Tebet, terceira colocada nas urnas com 4,16% dos votos, e do PDT, de Ciro Gomes (3,04%).
Tebet, inclusive, deixou bem claro após os resultados serem confirmados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que vai "ter uma posição" para a disputa final por considerar que "há riscos" para a democracia - em uma clara referência ao atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição.
Já no caso de Ciro, a principal questão é a própria postura do candidato -e não do partido em si - que fez parte de sua campanha atacando Lula.
Bolsonaro, que tem 43,20%, conforme antecipou na noite de domingo (2), deve contar com o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, do Novo, como foi confirmado nesta segunda-feira (3) pelo próprio político mineiro durante entrevista à emissora "Globo News". O estado é um dos mais importantes colégios eleitorais do país.
Próximos passos
De acordo com o calendário eleitoral, a campanha já está liberada na noite desta segunda-feira (3).
No dia 7 de outubro, voltam as propagandas eleitorais gratuitas no rádio e na televisão relativas ao segundo turno, que seguem até o dia 28. Também esse é o último dia em que é permitido o debate eleitoral (não podendo exceder à meia-noite).
Já a distribuição de material de campanha, carreatas/passeatas e propaganda por alto-falantes ou amplificadores de som poderá ser ainda realizada no sábado, dia 29 de outubro, um dia antes do pleito.
Repercussão internacional
Nesta segunda-feira, dois dos mais importantes jornais internacionais repercutiram os resultados eleitorais do primeiro turno.
O Financial Times afirmou que "o controverso presidente do Brasil e seus aliados foram os verdadeiros vencedores do primeiro turno", citando os ex-ministros que foram eleitos para cargos no Senado e na Câmara dos Deputados.
Dizendo que Lula "ainda é favorito", a publicação destaca que os resultados "refletem as profundas mudanças ocorridas no Brasil na última década, em particular, o crescimento do lobby do agronegócio, das igrejas evangélicas e do lobby das armas, todos aliados-chave de Bolsonaro".
Já o The Guardian afirma que a "performance inesperadamente positiva" de Bolsonaro mostra que "a extrema-direita chegou para ficar" no país. "A esquerda brasileira foi às eleições brasileiras de domingo esperando uma maioria absoluta para o seu candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, ou pelo menos uma margem importante. Os progressistas de todo o mundo esperavam um repúdio enfático da presidência de Bolsonaro", escreveu ainda.
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