O ex-governador do Ceará Ciro Gomes declarou na tarde desta terça-feira (4) apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições ao Palácio do Planalto, seguindo a decisão do próprio partido.
O anúncio foi divulgado em um vídeo publicado nas redes sociais e após uma reunião da Executiva do partido, cujo candidato ficou em quarto lugar, com 3,5 milhões de votos (3%), no primeiro turno.
Ciro Gomes evitou falar o nome do petista, afirmando que "acompanha a decisão do meu partido, o PDT". "Lamento que a democracia brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções, a meu ver, insatisfatórias", disse ele.
"Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora", acrescentou.
Ciro ressaltou que manifestará o apoio à candidatura de Lula sem pedir qualquer cargo em troca. "Adianto que não pleiteio e não aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante a campanha", afirmou.
Por fim, o pedetista se dirigiu ao povo brasileiro e disse que, como sempre fez, irá "fiscalizar, acompanhar de perto o dia a dia do governo que assumirá o governo em janeiro". "Assim como vou segui estudando e apresentando ideias para o nosso país".
Mais cedo, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que o "partido, mais os presidentes estaduais, os presidentes de movimentos, os deputados federais de mandato, senadores" aprovaram por unanimidade, sem nenhum voto contrário, "a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula".
"Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã", enfatizou Lupi.
Segundo Lupi, "nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas".
Além disso, o presidente do PDT afirmou que "Ciro não viajará, ficará aqui no Brasil e já declarou o apoio ao partido".
O segundo turno das eleições será realizado no próximo dia 30 de outubro, após Lula e Bolsonaro terem 48,43% e 43,20% dos votos válidos, respectivamente, no último dia 2.
Bolsonaro -
Por sua vez, o senador eleito Sergio Moro (União Brasil) declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, no segundo turno das eleições presidenciais.
"Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro", escreveu Moro no Twitter.
Já o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), também anunciou que apoiará Bolsonaro no embate contra Lula e Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa contra o petista Fernando Haddad para seu atual cargo.
"O PSDB está reunido declarando neutralidade. Eu declaro meu apoio incondicional ao Tarcísio e ao Bolsonaro. Comuniquei ao presidente estadual e ao presidente nacional Bruno Araújo", afirmou Garcia.
Bolsonaro, por sua vez, afirmou que o apoio do tucano é "muito bem-vindo" e agradeceu a Garcia.
"Esse apoio do Rodrigo é muito bem-vindo. Agradeço muito a ele. Ele já tinha um amigo, agora terá um melhor amigo para propostas que ele possa sugerir ao governo. O Rodrigo, pela sua experiência, um jovem, que trabalharemos juntos não só até o dia 30, mas durante o governo", declarou o atual presidente da República.
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