O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou seu segundo discurso na noite deste domingo (30) para uma multidão na Avenida Paulista, em São Paulo, e garantiu que essa foi a eleição "mais difícil da vida".
"Essa não é uma vitória minha, não é só uma vitória do PT, foi uma vitória de todas as mulheres e homens que amam a democracia, que querem um país mais justo", afirmou.
Segundo o petista, essa é também uma vitória das pessoas que querem mais cultura, educação, fraternidade, igualdade. "Essa vitória é de todos os homens e mulheres que resolveram libertar esse país do autoritarismo, do fascismo", ressaltou.
Diante de milhares de pessoas, Lula ainda disse que a razão da conquista "foi a dedicação, o trabalho de cada homem e de cada mulher que acreditava na liberdade, que acreditava na possibilidade de a gente recuperar este país para o povo brasileiro".
Sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro, o petista destacou que precisa saber se seu adversário vai permitir que haja uma transição tranquila de poder.
"Nós derrotamos o autoritarismo e o fascismo neste país. A democracia está de volta no Brasil, a liberdade está de volta no Brasil. O povo vai poder sorrir outra vez, o povo vai poder ter acesso à cultura, porque a cultura vai voltar muito forte. A educação vai voltar muito forte", acrescentou Lula, garantindo que "as pessoas que estão dormindo embaixo da ponte vão voltar a comer, vão voltar a ter moradia e vão voltar a ter emprego".
O presidente eleito ainda agradeceu aos 215 milhões de habitantes do Brasil, mas principalmente ao povo nordestino, principal responsável por sua vitória, porque "foi muito porreta" e vai "ajudar a gente a governar este país".
Lula também enfatizou que "essa foi a vitória das mulheres que não querem ser tratadas como objeto de canto de mesa, querem ser tratadas como sujeitas da história". "A mulher quer, ela pode e ela deve estar onde ela quiser, sem pedir licença", afirmou.
Ministérios
O presidente eleito confirmou ainda que vai recriar o Ministério da Cultura e investir em educação para recuperar o tempo perdido durante a pandemia de Covid-19.
"Ninguém venha me dizer que a gente não pode colocar dinheiro na educação, que é gasto. Investir em educação não é gasto, é investimento no futuro", disse.
Além disso, Lula vai criar o Ministério dos Povos Originários, para que indígenas "nunca mais sejam desrespeitados, para que eles nunca mais sejam tratados como cidadãos de segunda categoria".
A luta contra o racismo também será prioridade em seu governo, segundo o petista. "Nós vamos ter uma luta ferrenha contra o preconceito e o racismo. O racismo é uma doença que nós precisamos extirpar do nosso país", concluiu Lula, que deve tirar alguns dias de folga para descansar. (ANSA)
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